“É preciso parar de frescura com a pandemia de Covid-19”, disse o genocida. “Até quando as pessoas ficarão chorando”, insistiu o pregadandista da cloroquina
Jair Bolsonaro classificou de idiota quem pede vacina contra a Covid-19. “Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] ‘vai comprar vacina’. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo” disse ele a apoiadores em Uberlândia, nesta quinta-feira (4). Ele não está nem aí para as quase 260 mil mortes pela Covid-19.
O capitão cloroquina chama quem pede vacina de idiota porque não quer proteger a população brasileira do vírus. Quer deixar os brasileiros desprotegidos e sob ataque frontal do fatídico coronavírus. Ele trabalhou intensamente contra todos os imunizantes. Acusou a CoronaVac, vacina do Instituto Butantan, de provocar doenças, deformações e até mortes.
O governo Bolsonaro não só atacou como vetou a aquisição da vacina do Instituto Butantan. Ironicamente, contra a sua vontade, ela é hoje a principal vacina usada no programa nacional de imunização. Sob suas ordens, o Ministério da Saúde rejeitou uma oferta de venda da Pfizer feita em setembro do ano passado. Só esta semana, a pasta desconsiderou o que pensa Bolsonaro, e decidiu assinar um contrato com o laboratório americano.
Ele chega ao cúmulo de combater até o uso de máscaras e, ao contrário de todos os chefes de Estado pelo mundo, que estão dando exemplo aos seus povos, espalhou aos quatro ventos que não vai se vacinar.
Mais do que idiota, um verdadeiro genocida, aos olhos do povo brasileiro, não é quem pede vacina, mas sim quem atrasou ao máximo a assinatura do contrato de compra dos imunizantes que poderiam estar salvando vidas. Idiota é quem manda seu preposto, Antônio Barra Torres, diretor da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), sentar em cima dos processos de análise de vacinas para uso emergencial. Idiota é quem veta Medida Provisória votada no Congresso Nacional para agilizar vacinação.
Resultado disso tudo: o Brasil foi um dos últimos a iniciar a vacinação e só vacinou até agora pouco mais de 3,5% da população.
A idiotia de Bolsonaro é tanta que o Congresso Nacional, os governadores, os prefeitos, o Supremo Tribunal Federal e até setores do governo deixaram-no falando sozinho. Todos já estão providenciando compras de vacinas. O próprio Ministério da Saúde anunciou na quarta-feira (3) a compra de 138 milhões de doses de vacinas da Pfizer e da Jansen. Só Bolsonaro continua atacando e chamando de “idiotas” quem pede vacina.
Chamou de maricas e de covardes quem se protege, disse que são “mimimi” os protestos contra sua estupidez e sua sabotagem à luta contra a catástrofe provocada pela pandemia.
“Impuseram estado de sítio no Brasil via prefeituras. Isso está errado. Estamos preocupados com mortes, sim, mas sem pânico. A vida continua. Os problemas a gente tem que enfrentar, não adianta ir para baixo da cama. Se todo mundo for ficar em casa, vai morrer todo mundo de fome”, esbravejou.
Ele disse nesta quinta-feira, durante inauguração de um trecho da ferrovia Norte-Sul, em São Simão (GO), que é preciso parar de “frescura” e “mimimi” com a pandemia de Covid-19. “Até quando as pessoas ficarão chorando”, questionou Bolsonaro. “É preciso enfrentar nossos problemas”, acrescentou.
O “problema” que Bolsonaro vê não é a pandemia, não são as mortes e nem o sofrimento que elas estão acarretando para as famílias brasileiras. O “problema” para ele é que as pessoas insistem em se defender. O problema para ele é que o boçal queria que mais gente se infectasse, o mais rapidamente possível.
Ele chegou a defender essa estratégia genocida abertamente. “Vai morrer gente? E daí?”, dizia o cretino. Ele disse esta semana que se o STF deixasse, ele agiria. A “ação” de Bolsonaro não é vacinar todo mundo, é distribuir cloroquina para todo lado.
No mesmo dia em que morreram 1. 910 pessoas de Covid-19, na quarta-feira (3), ele insiste na medida absurda de liberar tudo e estimular as aglomerações. “Até quando vão ficar dentro de casa, até quando vai se fechar tudo? Ninguém aguenta mais isso. Lamentamos as mortes, repito, mas tem que ter uma solução. Tudo tem que ter um responsável”, afirmou Bolsonaro. “Onde vai parar o Brasil se nós pararmos”, indagou.
Sua “solução” é deixar todos se infectarem. Sua solução representa o genocídio da população brasileira. Até a imunização de sua mãe ele tentou atrapalhar. Se dependesse só dele, ela não seria imunizada.
A sabotagem de Bolsonaro às vacinas não está convencendo os moradores de Uberlândia que já não têm leitos de UTI. Ele tentou justificar a situação dizendo que editou medidas provisórias para destinar R$ 20 bilhões para compra de vacinas. A destinação dos recursos para a compra das vacinas não foi uma iniciativa dele, mas sim do Congresso Nacional, que aprovou também a ajuda emergencial, contra a vontade do governo.
Tanto não é ideia dele comprar vacinas, que até hoje ele não comprou nada e o país tem pouquíssimas doses de vacinas e a doença está campeando solta no país. Se depender só dele, não haverá compra de vacinas.
A situação é tão ridícula que, na última quinta-feira (25), o governo disse ter assinado acordo para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin, vacina desenvolvida na Índia pela farmacêutica Bharat Biotech. Mas, na quarta-feira (3), a própria Anvisa informou que o laboratório Bharat Biotech não solicitou qualquer autorização de uso e de pesquisa da Covaxin no Brasil. Sem esse aval, não é possível usar o imunizante no país.
Ele compra vacina que não está aprovada e não compra as que já foram aprovadas. Pura sabotagem.
A Sputnik V, vacina russa que será produzida pela União Química, empresa nacional, já está pronta e ele não deixa a Anvisa aprovar seu uso emergencial. Como se não houvesse nenhuma emergência.
O outro fato que comprova sua determinação em atrapalhar a luta contra a Covid é que ele não quer se vacinar, não quer vacinar ninguém, não quer tomar nenhuma medida de proteção contra a pandemia e não quer deixar que outros façam. Até ameaças ele fez aos governadores recentemente, se eles tomassem essas medidas. Ele defendeu, por exemplo, o veto ao trecho de uma medida provisória aprovada pelo Congresso que permitia a estados e municípios adotar medidas de imunização em caso de omissão do Ministério da Saúde. Ele justificou o veto. Disse que os governadores comprariam as vacinas, mas ele é quem teria de pagar. Ele acha que quem deveria pagar por isso? Sempre foi obrigação da União.
Para completar as suas aberrações, ele voltou a insistir na postura negacionista e defendeu o que chama de “tratamento precoce”, medida que não possui comprovação científica no combate contra a Covid-19. Completou a insanidade voltando a dizer que vai seguir indicando seu “tratamento precoce” aos pacientes, “mais do que obrigação, [é] um direito do médico” receitar a cloroquina”, disse ele.