Neste sábado (13), com a participação de mais de 120 pessoas, foi realizada a segunda mesa do ciclo de debates sobre “O Nacional-Desenvolvimentismo e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento”, promovido pela Fundação Maurício Grabois (FMG) e sua Cátedra Cláudio Campos
A Fundação Maurício Grabois, por meio de sua Cátedra Cláudio Campos, deu prosseguimento neste sábado (13) ao Seminário: O Nacional-Desenvolvimentismo e o Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, como subsídio para a renovação do programa politico do Partido Comunista do Brasil. O tema abordado, dessa vez, foi Política Externa Independente e Defesa Nacional.
A mesa de debates foi composta pelos convidados Nilson Araújo de Souza (Prof.º do ICAL-UNILA, membro do Comitê Central do PCdoB e um dos organizadores do evento, junto com Renato Rabelo), Luís Fernandes (Prof.º da UFRJ, ex-presidente da FINEP, ex-secretário executivo do MCT&I, membro do Comitê Central do PCdoB), Ronaldo Carmona (Prof.º da Escola Superior de Guerra) e Paulo Nogueira Batista Junior (Economista, ex-diretor executivo do FMI e ex-vice-presidente do Banco do BRICS). O evento foi mediado por Ricardo Alemão Abreu, economista e membro do Comitê Central do PCdoB.
O professor Nilson Araújo de Souza abriu os trabalhos apresentando uma avaliação dos avanços obtidos pelo país a partir do governo Vargas que tomou o poder com a revolução de 1930. Segundo Nilson, Getúlio assumiu o poder num quadro de profunda crise nos centros imperialistas que impunham ao Brasil uma economia agrário exportadora. A partir de então, afirma Nilson, o país avançou em seu processo de industrialização e na constituição de forte um mercado interno, através da valorização salarial e a defesa do trabalho,
Nilson destacou que o processo de desenvolvimento do país, sob a direção de Getúlio, foi baseado no nacional desenvolvimentismo que pressupunha uma aliança entre o Estado, a burguesia nacional e os trabalhadores. O professor acrescentou que o processo teve como base centralmente o capital nacional. Segundo Nilson, a partir do governo Juscelino, houve uma maior participação do capital estrangeiro. Essa participação, segundo ele, se deu através da criação de instrumentos – como a Instrução 113 da Sumoc – que facilitaram a entrada de capital estrangeiro, principalmente na indústria automobilística.
O debatedor apontou que o centro do processo de retomada do desenvolvimento está no construção de um vigoroso mercado interno. Para isso, defendeu Nilson, é necessário o aumento do poder aquisitivo dos salários. “Devemos dobrar o salário mínimo em quatro anos, como fez Getúlio e depois Jango”, argumentou. Ele observou que as reformas de Jango representaram uma tentativa de completar a obra iniciada por Getúlio.
O Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, segundo o economista, deve ter como principal sustentáculo o investimento público. Nilson defendeu a reindustrialização do país em novas bases, centrada nas tecnologias de ponta, e calcada centralmente no capital nacional. Segundo ele, o Estado terá um grande papel em todo esse processo. Em sua opinião, empresas nacionais não monopolistas também terão um papel a cumprir na retomada do desenvolvimento nacional.
Nilson apontou que, desde o golpe de 1964, mesmo tendo surgido contradições internas dentro do regime, principalmente no governo Geisel, que propiciaram o surgimento do II PND, que desenvolveu alguns setores da indústria pesada, a política nacional desenvolvimentista foi sendo solapada. Ele avaliou também que desta época em diante, e mesmo depois do fim da ditadura, o país não voltou a tomar o rumo do desenvolvimento independente.
O economista lembrou que o processo de restrições ao desenvolvimento nacional foi se acentuando, quando a desindustrialização e a desnacionalização do país tomaram fôlego com a onda neoliberal iniciada na década de 1980. Segundo ele, o processo de desnacionalização e destruição das estatais foi aprofundado nos governos Collor e Fernando Henrique. No governo Lula, diz Nilson, não houve privatização de estatais, mas o setor privado seguiu tendo um grande número de empresas desnacionalizadas.
O fato de não se ter rompido a dependência nesta época, fez, segundo Nilson, com que a política externa independente adotada, naquela ocasião, não pudesse se sustentar.
O professor Luís Fernandes, da UFRJ, ex-presidente da FINEP, ex-secretário executivo do MCT&I, falou sobre o caráter nacional e democrático das tarefas que devem ser enfrentadas pelo novo programa de desenvolvimento e centrou sua análise na situação internacional.
Em sua avaliação o fato da China estar tendo êxitos na economia e no desenvolvimento acelerado de suas forças produtivas a coloca na ofensiva no cenário internacional. Enquanto isso, os Estados Unidos vêm tendo dificuldades nas últimas décadas. Esse fato, segundo Luiz Fernandes, não recoloca o mundo numa polarização como a que ocorreu no confronto entre EUA e União Soviética.
Na opinião de Fernandes, o que estava em jogo naquela ocasião eram dois sistemas opostos em confronto. Havia, segundo ele, o mercado capitalista e o mercado socialista em disputa. Agora, diz Luiz Fernando, a disputa é outra. A China, diz ele, está atuando dentro do mercado capitalista mundial. Ele reconhece que a China tem uma economia com orientação socialista, mas usa métodos capitalistas e está agindo no campo do capitalismo.
Na opinião do professor, desde a queda da URSS há uma defensiva estratégica do campo socialista, e, segundo ele, essa defensiva não se reverteu com a situação do embate entre a China e os EUA dos tempos atuais. “A contradição a nível internacional não é entre capitalismo e socialismo”, diz ele.
O professor Paulo Nogueira Batista Junior (Economista, ex-diretor executivo do FMI e ex-vice-presidente do Banco do BRICS), fez uma intervenção centrada no resgate de que o Brasil é um país muito grande e com um potencial econômico tão evidente que não deve ser caudatário de ninguém.
Ele citou o seu último livro, que tem o título “O Brasil não cabe no quintal de ninguém”, como exemplo de como o assunto da autoestima dos brasileiros é importante. Em sua intervenção, ele destacou que o Brasil era respeitado no mundo e que ele, quando integrou o FMI, pode constatar isso com muita clareza.
Ronaldo Carmona, professo da Escola Superior de Guerra (ESG) também fez uma avaliação da situação internacional. Apontou as mudanças na geopolítica provocadas pelas dificuldades enfrentadas pelos EUA frente à ascensão da China. Lembrou que, historicamente, ninguém deixa de ser hegemônico sem resistir. Em sua opinião, os EUA ainda têm muita margem de manobra porque nas novas tecnologias, principalmente na era digital, eles detém as seis principais empresas mundiais.
Carmona chamou a atenção para a importância das Forças Armadas para o projeto nacional de desenvolvimento. Ele lembrou o papel desempenhado por elas na história do país e criticou aqueles que consideram incompatível levar em conta as Forças Armadas em um projeto de desenvolvimento nacional.
Em sua opinião, não se pode cair num infantilismo de considerar as Forças Armadas como partido político ou uma força contrária ao desenvolvimento nacional.
Ao final, houve um debate entre os mais de 120 participantes do seminário e, após treze inscrições, uma réplica foi feita pelos palestrantes.
Renato Rabelo, presidente da Fundação Maurício Grabois, afirmou que o seminário tem como objetivo subsidiar o partido no processo de renovação de seu programa. Serão onze mesas no total informa Renato. Elas debaterão temas fundamentais e de fronteira que envolvem a profunda crise que assola o Brasil e o mundo”, explica.
“Nós vamos ouvir opiniões de dentro e de fora do partido. Vamos levar em conta o pensamento avançado que pode nos ajudar a interpretar os problemas e dilemas da atualidade”, afirmou o presidente da FMG.
Em breve teremos mais detalhes sobre o conteúdo das palestras.
CONFIRA A PROGRMAÇÃO COMPLETA
1º de março 14h (Segunda-feira)
Mesa de Abertura
Luciana Santos (Presidenta do PCdoB)
Renato Rabelo (Presidente da Fundação Maurício Grabois)
Rosanita Monteiro de Campos (Coordenadora da Cátedra Claudio Campos)
Construção da Nação Brasileira (mesa 1)
Os desafios históricos da construção da nação brasileira e os ciclos civilizacionais. Exame da teoria e prática da experiência nacional-desenvolvimentista no Brasil, extraindo lições para a atualidade. Eixos centrais do Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento, indicando acertos e insuficiências. Significado estratégico do NPND na atual crise que atravessa o País. Contribuições essenciais do Programa de Governo apresentado pelo PPL em 2018. Bloco social que pode implementar o NPND.
Renato Rabelo (Presidente da Fundação Maurício Grabois)
Jorge Venâncio (Presente da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, CONEP)
Mediação: Nilson Araújo de Souza (Prof.º do ICAL-UNILA, membro do Comitê Central do PCdoB)
13 de março 14h (Sábado)
Política externa independente e defesa nacional (mesa 2)
Inserção do Brasil em um mundo em transição: uma análise sobre as transformações da dinâmica da geopolítica e o lugar do Brasil. Fortalecimento e defesa da Nação contra a dominação imperialista. Nascimento da política externa independente no contexto do nacional-desenvolvimentismo. Política externa independente e união dos interesses nacionais com as reivindicações sociais e ampla participação democrática do povo. Praticar a política externa independente para garantir a autonomia necessária à criação de condições para o desenvolvimento nacional independente. Conquistar a independência econômica para garantir o controle nacional sobre a economia nacional. Aprofundamento e consolidação das parcerias estratégicas em ambiente mundial. Alternativas para a superação da crise do processo de integração latino-americana. Significado estratégico dos BRICS e sua consolidação mediante a constituição de suas instituições e estrutura. Defender nosso território e nossas incomensuráveis riquezas naturais da cobiça internacional: redefinir o papel constitucional das FFAA e dotá-las do treinamento, dos equipamentos e das tropas indispensáveis para dissuadir eventuais tentativas externas de agredir nosso território e se apropriar de nossos recursos naturais. Reimplantar e desenvolver o complexo industrial de defesa a fim de garantir o aparelhamento adequado das nossas Forças Armadas.
Haroldo Lima (Ex-diretor da Agência Nacional do Petróleo, ANP)
Nilson Araújo de Souza (Prof.º do ICAL-UNILA, membro do Comitê Central do PCdoB)
Perpétua Almeida (Deputada Federal PCdoB-AC)
Luís Fernandes (Prof.º da UFRJ, ex-presidente da FINEP, ex-secretário executivo do MCT&I, membro do Comitê Central do PCdoB)
Ronaldo Carmona (Prof.º da Escola Superior de Guerra)
Paulo Nogueira Batista Junior (Prof.º da Fundação Getúlio Vargas, ex-diretor executivo do FMI e ex-vice-presidente do Banco do BRICS)
Mediação: Ricardo Abreu Alemão (Economista e membro do Comitê Central do PCdoB)
29 de março 14h (Segunda-feira)
Construção de uma Nação democrática, próspera e solidária (mesa 3)
Natureza do Estado numa economia capitalista dependente. Transformação do Estado para construção de uma democracia avançada. Avaliação crítica da experiência democrática da Constituição de 1988 e sua relação com as quatro décadas de estagnação econômica: causas políticas e econômicas centrais. Balanço da experiência dos governos progressistas vigentes a partir de 2003, comparando-os com a teoria e a prática nacional-desenvolvimentista. Construção de uma nação democrática, próspera e solidária e edificação de um Estado democrático e inovador de suas instituições. Realizar uma reforma política ampla e democrática que amplie a liberdade política. Ampla liberdade política para o povo. Combinação entre democracia representativa e democracia direta. Ampla participação e consulta popular na decisão dos temas de grande interesse nacional. Fortalecer as Forças Armadas enquanto instituições comprometidas com a ordem democrática e indispensáveis para defender a soberania nacional. Garantia do direito à comunicação, com a abertura de acesso gratuito aos meios de comunicação de massa, em prol dos partidos e dos movimentos sociais.
Flavio Dino (Governador do Maranhão)
Carlos Lopes (da redação da Hora do Povo, membro do Comitê Central do PCdoB)
Fernando Haddad (Prof.º da USP, ex-Prefeito de São Paulo, ex-Ministro da Educação)
Mediação: Walter Sorrentino (Vice-Presidente do PCdoB)
10 de abril 14h (Sábado)
Valorização do trabalho e fortalecimento do mercado interno (mesa 4)
Papel do salário como instrumento do processo de distribuição de renda e fortalecimento do mercado interno para alavancar o desenvolvimento. O mundo do trabalho no Brasil: comparar o período nacional-desenvolvimentista com a atualidade. Impacto das reformas trabalhista e previdenciária. Natureza do desemprego na atualidade: como enfrentar esse problema? Transformações tecnológicas, crise estrutural e mundo do trabalho. A redução da jornada de trabalho. A organização sindical ontem e hoje. Valorização do Trabalho pela democratização das relações de trabalho. Dobrar o salário mínimo e garantir salário igual para trabalho igual para distribuir renda a fim de fortalecer o mercado interno e melhorar as condições de vida de quem trabalha e produz. Origem estrutural da desigualdade. Garantir vida digna para o povo, iguais oportunidades e universalização dos direitos básicos. Construção de uma nação próspera e solidária. Combate à desigualdade. Acabar com a pobreza absoluta.
Nivaldo Santana (Diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB)
Carlos Alberto Pereira (Diretor da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil, CGTB)
Paulo Eduardo de Andrade Baltar (Prof.º Associado da Unicamp)
Marcio Pochmann (Prof.º da Unicamp, Pres. do Instituto Lula)
Marcos Dantas (Prof.º da UFRJ)
Mediação: Adalberto Monteiro (Jornalista e membro do Comitê Central do PCdoB)
24 de abril 14h (Sábado)
Fortalecimento do Estado e combate ao rentismo (mesa 5)
Inovações institucionais do Estado nacional-desenvolvimentista e reformas para a democratização do Estado que possibilitem a implementação do NPND. Analisar o processo de desestatização e seu impacto na economia brasileira. Fortalecer o Estado e usar o investimento público como alavanca do desenvolvimento. Superar a lógica rentista, usar as várias formas de rendas da terra (agrícola, petroleira, hídrica, eólica e mineral), realizar uma reforma tributária direta e progressiva e fortalecer os bancos públicos para financiar o desenvolvimento. Enfrentar o rentismo financeiro e transferir os recursos para a produção. Planejamento: teoria e prática – os casos brasileiro e chinês. Experiência de planejamento: do nacional-desenvolvimentismo ao II PND. Política econômica para financiar o desenvolvimento que combata o rentismo e valorize quem trabalha e produz. As contradições da política dos “campeões nacionais”. A concorrência como campo de ação da economia privada e o monopólio como campo de ação do Estado.
Ildo Sauer (Prof.º do Instituto de Energia e Ambiente da USP e membro do Comitê Central do PCdoB)
Fernando Siqueira (diretor da Associação dos Engenheiros da Petrobrás e do Clube de Engenharia)
Nelson Marconi (Coordenador executivo do Centro de Estudos do Novo Desenvolvimentismo da Fundação Getúlio Vargas)
Guilherme Estrella (ex-diretor da Petrobras)
Aloisio Sergio Barroso (Economista, Diretor de Estudos e Pesquisas da Fundação Maurício Grabois e membro do Comitê Central do PCdoB)
Elias Jabbour (Prof.º da UERJ e membro do Núcleo de Estudos Asiáticos do Departamento de Geociências da UFSC)
Mediação: Nivaldo Santana (Diretor da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, CTB)
8 de maio 14h (Sábado)
Reindustrialização e construção de uma economia tecnologicamente avançada (mesa 6)
A experiência de industrialização do período nacional-desenvolvimentista. As causas da desindustrialização a partir da década de 1980: reversão à economia primário-exportadora. Capitalismo dependente e crise estrutural no Brasil. A natureza estrutural da dependência da economia brasileira, Obstáculos ao desenvolvimento: dependência e desigualdade. Desafio da atualidade: superar a dependência e distribuir a renda para superar a crise e desenvolver o Brasil. Desindustrialização e superdimensionamento do setor de serviços no Brasil: diferença com os países de capitalismo desenvolvido. Construir uma economia nacional sob controle nacional, priorizando o mercado interno. Reindustrializar o Brasil retomando o processo de substituição de importações para construir uma economia nacional forte e independente, priorizando as empresas genuinamente nacionais nos financiamentos e encomendas do Estado. Construir uma economia tecnologicamente avançada e complexa com base na educação, ciência, tecnologia e inovação. Desenvolver a engenharia nacional e os setores de tecnologia de ponta vitais para o desenvolvimento e a independência econômica do país. Construção de um país de alta tecnologia, avançado na indústria do conhecimento e grande produtor de alimentos e energia. Revolução energética como fator fundamental do processo de desenvolvimento: matriz energética com peso crescente de energia limpa.
Luiz Gonzaga de Mello Belluzzo (professor-pesquisador da UNICAMP)
Luís Fernandes (Prof.º da UFRJ, ex-presidente da FINEP, ex-secretário executivo do MCT&I, membro do Comitê Central do PCdoB)
José Roberto Piqueira (ex-diretor da Politécnica e ex-presidente do IPEN)
Paulo Gala (Prof.º da Fundação Getúlio Vargas)
Gilberto Bercovici (Prof.º da Faculdade de Direito da USP)
Mediação: Nilson Araújo de Souza (Prof.º do ICAL-UNILA, membro do Comitê Central do PCdoB)
22 de maio 14h (Sábado)
Reorientar a economia financeirizada para uma economia produtiva (mesa 7)
Características do sistema financeiro brasileiro, a financeirização da economia e as dificuldades para o financiamento do investimento produtivo. Reorientar o sistema financeiro de forma a fortalecer os bancos públicos e realizar a passagem de uma economia financeirizada para uma economia produtiva. Discutir a Teoria Moderna da Moeda (MMT, como é conhecida em inglês). Comparar a MMT com outras teorias da moeda. A MMT e experiências monetárias anteriores semelhantes (Alexander Hamilton, Getúlio Vargas, Hjalmar Schacht). A MMT e a emissão monetária como instrumento para financiar o desenvolvimento. A MMT e a dívida pública. A MMT afirma que um governo emissor de sua própria moeda não pode quebrar. Na visão da MMT, o que limitaria a capacidade de planejamento seria o uso dos recursos reais da economia.
Ciro Gomes (ex-Governador do Ceará, ex-ministro da Fazenda e da Integração)
José Carlos de Souza Braga (Prof.º da Unicamp)
José Luís Oreiro (Prof.º da UnB)
André Lara Resende (ex-Diretor do Banco Central do Brasil e do BNDES)
Maryse Farhi (Prof.ª aposentada da Unicamp)
Mediação: Aloisio Sergio Barroso (Economista, Diretor de Estudos e Pesquisas da Fundação Maurício Grabois e membro do Comitê Central do PCdoB)
5 de junho 14h (Sábado)
Reforma agrária e apoio ao pequeno e médio produtor rural (mesa 8)
A Reforma Agrária no contexto das Reformas de Base. A Reforma Agrária numa época de predomínio do agronegócio. Reforma Agrária que elimine a grande propriedade territorial improdutiva. Realizar uma verdadeira Reforma Agrária e apoiar o pequeno e médio produtor rural para aumentar o bem estar no campo e produzir alimentos para as populações urbanas. Captar parte da renda da terra apropriada pelo agronegócio para usar no desenvolvimento nacional. Fomentar a produção nacional de insumos, adubos, implementos e máquinas agrícolas, além de criar a Empresa Brasileira de Comércio Exterior, a fim de barrar a dependência do pequeno e médio produtor rural em relação às transnacionais.
João Pedro Stédile (dirigente do MST)
Maria Cristina (Secretária de Política Agrária da Fetag-BA)
João Vicente Goulart (Presidente do Instituto João Goulart, membro do Comitê Central do PCdoB)
Cássio Moreira (Prof.º de economia do Instituto Federal do Rio Grande do Sul)
Mediação: Valéria Morato (Presidenta do Sindicato dos Professores de Minas Gerais)
19 de junho 14h (Sábado)
Educação e Cultura como instrumentos para o desenvolvimento e a emancipação das consciências (mesa 9)
O papel que a educação deve cumprir numa estratégia de desenvolvimento alavancada por educação, ciência, tecnologia e inovação. Experiência de países em que a educação cumpriu papel decisivo no processo de desenvolvimento. Reforma da educação que consolide o Sistema Nacional de Educação com prioridade para a educação pública, gratuita e de qualidade. Realizar uma reforma educacional que possibilite à educação converter-se num instrumento fundamental para o desenvolvimento e beneficie as amplas massas da população. Favorecer a integração da educação e cultura num todo único com vistas à emancipação das consciências, condição essencial para o desenvolvimento: a mente colonizada é um dos principais obstáculos ao desenvolvimento. Afirmação e florescimento da cultura brasileira e da consciência nacional. Reestabelecer o protagonismo do Estado como formulador e indutor das prioridades culturais públicas, com fins de apoiar e atender às demandas da criação e da produção cultural nacionais. Promover a cultura nacional-popular: instrumento fundamental na luta de ideias, particularmente num momento em que o obscurantismo passa a orientar a política do governo.
Cezar Calegari (Pres. do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada – IBSA)
Madalena Guasco Peixoto (Prof.ª da Faculdade de Educação da PUC-SP)
Marcus Vinicius (Diretor da Fundação Cláudio Campos, Presidente da Associação de Músicos, Arranjadores e Regentes, membro do Comitê Central do PCdoB)
Maria Beatriz Moreira Luce (Prof.ª da Faculdade de Educação da UFRGS)
Javier Alfaya (Gestor de políticas culturais e Diretor de Cultura da Fundação Maurício Grabois)
Mediação: Marcio Cabreira (Membro do Comitê Central do PCdoB)
3 de julho 14h (Sábado)
Reforma urbana e sanitária para promover o bem-estar do povo (mesa 10)
O desmonte do complexo industrial da saúde: causas e consequências. Garantir a independência do sistema de saúde por meio da reimplantação do complexo industrial da saúde. No processo de reindustrialização, garantir o caráter nacional do complexo industrial da saúde, que hoje, além de ser controlado por empresas transnacionais e importar a maior parte dos equipamentos e insumos, ainda desvia para o exterior recursos para o pagamento de royalties. Fortalecimento do Sistema Único de Saúde e da Seguridade Social para garantir, além do direito à saúde, prestação universal e de qualidade de serviços públicos e direitos previdenciários e de assistência social. Promover a Reforma da Saúde para defender a vida e garantir que o desenvolvimento beneficie as amplas massas da população, dotando o SUS de financiamento e gestão pública. Integrar a Reforma Sanitária com a Reforma Urbana com o objetivo de promover o bem-estar do povo. Estudar a proposta de Reforma Urbana do Programa de Reformas de Base. Reforma Urbana que garanta direitos e serviços ao povo, como moradia digna e infraestrutura, saneamento básico, transporte público, mobilidade urbana, segurança pública, cultura, esporte e lazer.
Eduardo Costa (Pesquisador da FIOCRUZ)
Ronald Ferreira (Coordenador da Comissão de Saúde do PCdoB)
Carlos Eduardo de Oliveira (Secretário de Saúde do MA)
Francisco Rubió (Prof.º da UFMG e especialista em complexo industrial da saúde)
Rosana Miranda (Prof.ª da FAU-USP)
Victor Chinaglia (diretor do Sindicato dos Arquitetos de São Paulo)
Mediação: Jorge Venâncio (Pres. da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa, CONEP)
17 de julho 14h (Sábado)
Combater todas as formas de preconceito e discriminação (mesa 11)
A discriminação contra a mulher é um problema estrutural da nossa sociedade. A discriminação contra a mulher se manifesta, em grande medida, em pagar salário inferior para trabalho igual. A emancipação das mulheres é uma condição para o progresso social. Cabe ao Estado proporcionar às mulheres todas as garantias para que possam se desenvolver plenamente, com destaque para a luta por salário igual para trabalho igual. A discriminação racial é um problema estrutural da sociedade brasileira, na medida em que é uma herança da escravidão e foi reproduzida no capitalismo e exacerbada no capitalismo dependente. Esse sistema aproveita-se dessa situação para explorar predatoriamente a força de trabalho do negro, pagando-lhe um salário muito inferior ao que paga ao trabalhador branco, que já é superexplorado. Remover os obstáculos a uma promoção dos brasileiros de descendência africana, de combate sem contemplações ao racismo. Combater todas as formas de preconceito e discriminação que dividem o povo e dificultam a sua união em torno das causas nacionais. Tolerância zero com qualquer tipo de discriminação.
Nei Lopes (Cantor, compositor e estudioso das culturas africanas)
Vanessa Grazziotin (ex-Senadora e Secretária Nacional da Mulher do Comitê Central do PCdoB)
Márcia Campos (ex-Presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, da Confederação de Mulheres do Brasil, membro do Comitê Central do PCdoB)
Manuela d’Ávila (Jornalista, ex-Deputada Federal e membro do Comitê Central do PCdoB)
Carlos Lopes (diretor de redação da Hora do Povo, membro do Comitê Central do PCdoB)
Mediação: Jô Moraes (ex-Deputada Federal, ex-presidente da União Brasileira de Mulheres e membro do Comitê Central do PCdoB)