O youtuber Felipe Neto participou do 7º ato do movimento Direitos Já! e denunciou a perseguição bolsonarista através da Lei de Segurança Nacional (LSN). O ato também defendeu a instalação da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, para investigar os crimes do governo Bolsonaro contra a saúde pública.
“Eu acho que cabe não apenas aos poderes públicos, mas também à sociedade civil, reagir. Porque isso não é uma questão puramente política, é uma questão que atinge a todos nós e nós precisamos mostrar resposta, nos unir”, disse.
Jair Bolsonaro tentou utilizar a LSN para perseguir Felipe Neto por tê-lo chamado de “genocida”. O youtuber chegou a ser convocado para prestar depoimento, mas uma decisão judicial barrou a perseguição.
Para Felipe Neto, “aquilo foi um recado para a população, um recado para quem ia ver. E o recado é muito claro: ‘tenham medo’. Esse é o recado que eles querem passar. ‘Silenciem-se, calem-se, porque nós vamos atrás’”.
A jornalista Hildegard Angel disse que “mesmo nós que não estamos entubados estamos sendo sufocados, mas em nossas liberdades democráticas. Monitorados, vigiados, com nome em listas de detratores, como fomos vários jornalistas e formadores de opinião”.
“O governo que assumiu com a proposta de destruir tudo, além de destruir as instituições, destrói as nossas liberdades de se expressar, de pensar, de escolher”, continuou.
O padre Júlio Lancellotti, da Pastoral do Povo da Rua, também participou do evento e avaliou que “é um momento em que há um imperativo ético de reagir, de não aceitar, de transgredir, de enfrentar um genocídio que atinge o nosso povo”.
“Uma das formas de reação é essa CPI da Pandemia”.
Geraldo Alckmin (PSDB), ex-governador de São Paulo, disse que “ao invés de liderar, Bolsonaro dividiu o Brasil. Ao invés de dar exemplo, foi negacionista frente à ciência e frente aos cuidados sanitários necessários. O resultado é lamentável, o Brasil tem o pior quadro de pandemia no mundo, com mais de 3 mil mortes em um só dia”.
“Por isso a necessidade da instalação da CPI da Pandemia. É dever do Congresso Nacional apurar, cobrar, exigir e propor”.
A economista Monica De Bolle afirmou que a morte de mais de 300 mil pessoas é resultado de “uma política de Estado. A gente chegou onde a gente chegou porque foi uma política de Estado. E não foi por omissão, foi por intenção”.
O tenente-coronel da Polícia Militar de São Paulo e fundador do GATE, Diógenes Lucca, fez sua fala para reforçar que as forças militares do Brasil não estão com Bolsonaro em seus sonhos autoritários.
“Jamais terão meu apoio e tão pouco dos integrantes dessas forças, que se mantêm fiéis ao Estado Democrático de Direito”.
“Em relação a pandemia, os fatos e os números são inquestionáveis: negacionismo, mau exemplo, insensibilidade sobre a perda de vidas, falta de oxigênio, e a média de duas mil mortes por dia e mais de 300 mil mortes no país”.
“São [motivos] mais do que suficientes para a instalação de uma CPI. É indispensável a apuração da irresponsabilidade cometida contra o povo brasileiro”, argumentou.
“Se ainda acham que estão fazendo o certo, não há o que temer nessa investigação necessária”, disse.
O 7º ato do Direitos Já! foi realizado na tarde da sexta-feira (26) e contou com a presença de 16 partidos políticos e dezenas de lideranças sociais, engajadas pela instalação da CPI da Pandemia e na defesa da democracia.
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