O vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) recebeu a primeira dose da vacina contra a Covid-19 na segunda-feira (29).
Em uma rede social, o vice-presidente registrou o momento e comentou o assunto.
“Hoje fiz minha parte como cidadão consciente e recebi a primeira dose da vacina contra a COVID-19 (Coronavac). Espero que, em breve, o maior número possível de vacinas chegue à população brasileira”, escreveu Mourão.
Mourão tem 67 anos e está no grupo prioritário da campanha. Foi o 4º dia de imunização desta faixa etária no Distrito Federal.
Em janeiro, o vice-presidente declarou que “a vacina é para o país como um todo, uma questão coletiva”, e que iria tomá-la. “[Pretendo tomar a vacina] dentro da minha vez. Eu sou grupo dois de acordo com o planejamento”, afirmou na época.
A atitude de Mourão contrasta com a de Bolsonaro, que falou que não iria se vacinar
“Eu não vou tomar, alguns falam que eu estou dando um péssimo exemplo. O imbecil, o idiota que está dizendo do péssimo exemplo… Eu já tive o vírus”, disse Bolsonaro no dia 17 de dezembro. Para ele, “não está nada comprovado cientificamente com essa vacina ainda”.
Pela pressão da sociedade, Bolsonaro, que sabotou a vacinação enquanto pôde, teve que adquirir as vacinas. Mas a ação dele atrasou em muito a vacinação no país. 16.258.743 pessoas já receberam a primeira dose de vacina contra a Covid-19, representando apenas 7,68% da população brasileira.
Bolsonaro continua sabotando a compra de vacinas e aparelhando a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para atrasar na aprovação de novos imunizantes para uso emergencial, como está ocorrendo com a Sputnik V, a vacina russa que já está em uso com sucesso em mais de 40 países, e que pode ser fabricada por uma indústria nacional.
Outros membros do governo já foram imunizados na capital federal. No último sábado (27), o ministro Paulo Guedes recebeu a primeira dose. No dia 18 de março, o ministro do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI), general Augusto Heleno, foi atendido.
EXÉRCITO
O ato de Mourão está em sintonia com o clima dentro das Forças Armadas de enfrentamento à pandemia.
Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, no domingo (28), o general Paulo Sérgio, do Departamento-Geral de Pessoal do Exército, relatou as medidas tomadas pela Força para prevenir contra a Covid-19 que resultaram em um número baixo de contaminação e de mortes.
O departamento foi incumbido da missão de aplicar medidas sanitárias, realizar campanhas e proteger o contingente da Covid-19.
“O Exército, por exemplo, baixou recomendações administrativas claras, com relação à prevenção mais especificamente. A partir dali, foi uma coisa muito disciplinada, no uso da máscara, no afastamento social nos refeitórios, nos dormitórios. Aí, começaram a surgir campanhas de conscientização”, contou.
Por causa destas medidas preventivas, disse o general, “estamos com uma taxa de mortalidade de 0,13%. Ínfima, em termos de comparação com a do país”, que já conta com 315 mil mortos na pandemia.
“Todas as medidas sanitárias, diretrizes emanadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS), corroboradas pelas nossas diretorias de saúde, são rigorosamente cumpridas em nossos quartéis. É uma Força disciplinada”, enfatizou.
Desde o começo da pandemia, Bolsonaro desdenhou do coronavírus, chamou de “gripezinha”, disse que era invenção da imprensa, sabotou as medidas de quarentena, de distanciamento. Declarou também que o vírus iria atingir poucas pessoas. Hoje já são 315 mil óbitos por Covid-19.
Fez campanha para que todos se contaminassem, sem se importar com as mortes que viriam com isso. Depois fez campanha contra o uso de máscaras e contra as vacinas.