A maior taxa desde 1994
O Índice Geral de Preços de Mercado (IGP-M),realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), que é o índice mais utilizado nos reajuste de aluguel residenciais e comerciais , calculado para o mês de março foi de 2,94%. É a maior taxa para o IGP-M para um mês desde sua criação em 1994.
Em relação ao índice de fevereiro, cujo percentual foi de 2,53%, o índice de março variou para mais em 16,21%. No ano o IGP-M acumula alta de 8,26% e nos últimos 31,1%.
É uma alta explosiva. Qualquer que fosse a situação do país já seria um percentual insuportável. Com as famílias e as empresas passando por dificuldades de todo o tipo no enfrentamento da pandemia, quem pode suportar aumentos nesses percentuais?
Ainda que locatários e locadores possam chegar a algum acordo, a quantidade de desacordos será grande, visto que grande parte dos locadores vai forçar pela aplicação integral do índice, gerando conflitos de todo o tipo.
É preciso ter em conta que a aceleração da inflação tem raízes na política de liberar geral as commodities para exportação, como carne, soja, milho, arroz, entre outras, mais a falta de uma política de estoques mínimos, cujas consequências estão na estouro nos preços nas gôndolas dos supermercados.
Acompanhada da desastrosa política de preços dos combustíveis que a direção da Petrobrás importa para os preços da gasolina, diesel, gás de cozinha, etc., com a especulação dos preços do barril de petróleo no mercado externo e as variações do dólar, trazendo sérios prejuízos à população brasileira.
Todos os índices que compõem o IGP-M (IPA-IPC-INCC) apresentaram alta em março.
O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que possui peso de 60% na composição do IGP-M, subiu 3,56% em março, ante 3,28% em fevereiro. A taxa do grupo Bens Intermediários passou de 4,67% em fevereiro para 6,33% em março.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), com peso de 30% no IGP-M, saltou para 0,98% em março, contra 0,35% em fevereiro.
Índice de Nacional de Custo da Construção (INCC), com peso de 10% no IGP-M, subiu 2% em março, ante 1,07% no mês anterior.
O altos percentuais do IGP-M trazem uma preocupação. Sessenta por cento da composição do índice vem de um outro índice, o Índice dos Produtos no Atacado. O óleo diesel com uma alta de 25,87% e a gasolina 23,81% são um exemplo do que estamos falando, que logo serão repassado ao consumidor, sem qualquer interferência do governo Bolsonaro para amenizar a carestia diante do agravamento da pandemia.
Além do aluguel, a conta de energia elétrica mante-se em bandeira amarela, com cobrança extra, mais cara e o gás de cozinha subiu, entre outros produtos de primeira necessidade. Por outro lado, Bolsonaro derrubou o auxílio emergencial para míseros R$ 150 diante do pior momento da pandemia e da recessão.