Após a LG anunciar o fim da produção de celulares, os trabalhadores de três fábricas do Vale do Paraíba, interior de São Paulo, entraram em greve nesta terça-feira (6). A empresa anunciou a decisão de encerrar seus negócios em telefonia móvel em todo o mundo, na segunda-feira.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, todo o maquinário e produção dessas fábricas são voltados somente para atender a LG.
A Blue Tech e a 3C, em Caçapava, e Sun Tech, em São José dos Campos, têm, juntas, cerca de 430 postos de trabalho, a maioria deles ocupados por mulheres. O Sindicato dos Metalúrgicos afirma que a decisão pela greve foi tomada como forma de pressionar a empresa sul-coreana a preservar empregos e direitos nas fornecedoras.
O sindicato também entrou com uma representação no Ministério Público do Trabalho (MPT) e apresentou denúncia contra a LG e suas fornecedoras por demissão coletiva em plena pandemia, ausência de negociação prévia, falta de transparência e de boa-fé.
“Diante da intenção empresarial em praticar demissões em massa, a primeira ação do empregador deveria ser a negociação coletiva com o sindicato de classe, comunicando de forma clara e transparente a decisão de demitir”, diz um trecho da denúncia.
A entidade pede a instauração de inquérito civil para que seja feita a apuração dos fatos e que se busque reduzir o impacto social da decisão da LG.
“O clima nas fábricas é de indignação e muita preocupação. Estamos num momento de alto índice de desemprego, desindustrialização e pandemia. Vamos pressionar os governos para que cobrem da LG a preservação de todos os postos de trabalho”, conclui Weller.
O Sindicato também cobra ações dos governos para evitar a perda de postos de trabalho em um momento tão grave da pandemia. “O processo de desindustrialização segue em alta no Brasil e não podemos admitir que os governos permaneçam omissos, principalmente em cenário de pandemia”, disse Weller Gonçalves.
Fábrica de Taubaté
Os trabalhadores da fábrica da LG na cidade de Taubaté, também no Vale do Paraíba, estão em estado de greve desde o último dia 26 de março, quando surgiram as primeiras notícias do possível fechamento da produção de celulares da empresa. A unidade conta com cerca de 400 trabalhadores na produção de smartphones.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté (Sindmetau), representantes da entidade e da empresa reuniram-se no último dia (30). A LG tem até a próxima sexta-feira (09) para apresentar uma proposta em relação aos empregos dos funcionários.