O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu na quarta-feira (21) a taxa básica de juros (Selic) de 6,75% ao ano para 6,5% ao ano, o menor índice nominal da série histórica. Foi o maior auê no governo e na mídia domesticada.
O vampiro que ocupa o Palácio do Planalto escreveu no Twíter: “A minha política econômica está fazendo história. A taxa básica de juros, a Selic, é a menor já registrada, 6,5%, conforme decisão do Copom, hoje. E graças à inflação que continua baixando. O resultado é mais investimentos das empresas, mais empregos e maior consumo das famílias”.
Seria cômico se não fosse trágico. Como sabe qualquer estudante de 1º ano de Economia, o que interessa não é taxa nominal de juros, mas a taxa real de juros. Conforme os números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação (IPCA) dos últimos 12 meses terminados em fevereiro foi de 2,84%. Portanto a taxa real de juros está em 3,5% ao ano, uma das maiores do mundo, bem acima da média mundial de -0,06% ao ano.
Ao contrário do que disse Temer, os investimentos estão caindo, tanto público quanto privado. De acordo com o IBGE, o investimento das empresas – expresso pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) – caiu pelo quarto ano consecutivo (-1,8% em 2017). E isso se deu exatamente em função da taxa real de juros nas estrelas. Quanto ao emprego, no Brasil são 26 milhões de desempregados e subempregados.
Já a inflação, ela está baixa como resultado da recessão.