Localizado numa das áreas mais populosas e carentes de Fortaleza, o Hospital Distrital e Maternidade Gonzaga Mota, o Gonzaguinha da Barra do Ceará, está há um ano sem aparelho de ultrassom. Essa foi uma das constatações da vistoria realizada na terça-feira, 20, pela vereadora Larissa Gaspar (PPL), presidenta da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de Fortaleza. “Ficamos abismadas ao encontrar a maternidade sem um aparelho fundamental para avaliação do desenvolvimento fetal e para o rastreamento de anomalias que é o aparelho de ultrassom. Há 01 ano o Hospital aguarda a aquisição do aparelho o que é um absurdo”, critica a parlamentar.
Mantida com recursos municipais e federais, a maternidade aguarda reforma desde 2012. Enquanto isso os problemas se acumulam. Pelos corredores do Gonzaguinha da Barra, bancos quebrados, macas com tecido rasgado e muita sujeira nas paredes. No teto, parte do reboco caiu, há fiação exposta e muito mofo devido às infiltrações. “Ao entrar no Hospital você se sente mal, uma estrutura muito precária e que põe em risco a saúde de pacientes e profissionais”, alerta Larissa Gaspar. Em fevereiro foram realizados 753 atendimentos e 230 partos, sendo 132 (57% do total) partos normais.
Apesar de o acolhimento às gestantes ser feito de forma separada do atendimento da emergência geral ou pediatria, a maternidade não tem garantidos nem a privacidade nem o conforto das gestantes, mães e bebês. “As gestantes chegam para ter o bebê pela mesma emergência que as demais pessoas, vão para a sala de parto que possui individualização por cortinas, depois são deslocadas por corredores insalubres ao alojamento coletivo que não tem privacidade nem ventilação adequada, um ambiente quente, inadequado para puérperas e recém nascidos”, diz a parlamentar. O centro obstétrico da unidade não tem Quartos PPP, quais sejam, quartos que atendem pré-parto, parto e pós-parto, como prevê a Política Nacional de Humanização do Ministério da Saúde.
A série de visitas às maternidades de Fortaleza continua nos próximos dias e ao final um relatório será elaborado relatório apontando todos os pontos críticos do atendimento à mulher gestante na capital cearense.