O preço médio da gasolina e do diesel volta a subir a partir desta sexta-feira (16), inaugurando a gestão de Joaquim Silva e Luna, indicado de Bolsonaro para presidir a estatal. De acordo com comunicado divulgado nesta quinta-feira (15) pela Petrobrás, os aumentos nas refinarias serão de 1,9% por litro da gasolina (que passará a custar R$ 2,64) e de 3,8% para o diesel (que custará R$ 2,76%).
Com o novo aumento, o preço da gasolina passa a acumular alta de 43,47% desde o início do ano, enquanto o valor do diesel já subiu 36,63%. Em dezembro, o litro da gasolina custava em média R$ 1,84. Já o do diesel saía a R$ 2,02.
De acordo com o comunicado, “os reajustes são realizados a qualquer tempo, sem periodicidade definida, de acordo com as condições de mercado e da análise do ambiente externo”.
Adotando a política de “paridade internacional” no meio da crise econômica e sanitária, os preços dos combustíveis ficam à mercê das variações do mercado internacional e da taxa de câmbio – apesar da autossuficiência em petróleo e das condições de exploração e refino desenvolvidas pela Petrobrás.
Com os aumentos consecutivos uma nova crise se avizinha. Em fevereiro, quando o diesel chegou a acumular aumento de 27,72% nos primeiros dois meses de 2021 e os caminhoneiros ameaçavam nova greve, Bolsonaro decidiu levantar uma cortina de fumaça criticando a política de preços e os conselheiros da companhia, indicando o general da reserva Silva e Luna para substituir Castello Branco – sem, contudo, propor uma mudança na regra que atrela os preços praticados aqui aos preços internacionais.
O impacto dos preços dos combustíveis fez a inflação, já pressionada pelos alimentos, disparar nos últimos meses. A gasolina, diesel, botijão de gás e energia elétrica – cujos preços são todos administrados pelo governo – responderam por 100% da variação de março de 2021 do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país.
A gasolina está em alta há dez meses, segundo o IBGE, que elabora o índice. Nesse período, o combustível acumula elevação de 42,39%. Somente no mês de março, a alta foi de 11,26%. No mês, o óleo diesel subiu 12,59%, e o etanol, 9,05%.
Os aumentos nos preços dos combustíveis, autorizados pelo governo Bolsonaro, fizeram com que a inflação alcançasse o seu o maior resultado para um mês de março desde 201. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 0,86%, em fevereiro, para 0,93% em março. No acumulado de 12 meses, o indicador apontou alta de 6,10%, acima dos 5,20% acumulados até fevereiro.
“Foram aplicados sucessivos reajustes nos preços da gasolina e do óleo diesel nas refinarias entre fevereiro e março e isso acabou impactando os preços de venda para o consumidor final nas bombas. A gasolina nos postos teve alta de 11,26%, o etanol, de 12,59% e o óleo diesel, de 9,05%”, declarou o gerente da pesquisa do IBGE, Pedro Kislanov.