O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, foi eleito primeiro-secretário do Partido Comunista de Cuba (PCC) anunciou em sua primeira reunião plenária, na segunda-feira (19), o novo Comitê Central eleito na véspera pelos delegados ao 8º Congresso.
Foram eleitos também os membros do Bureau Político e do Secretariado da organização.
Díaz-Canel, de 60 anos, tomou posse do cargo que ocupou o General do Exército Raúl Castro, expoente da Revolução Cubana liderada pelo líder histórico desse processo, Fidel Castro, cujo legado foi evocado e destacado no conclave. Raúl, que anunciou os resultados do Plenário, tinha já manifestado no dia 16 de abril que não se manteria em cargos mais altos na organização partidária.
Afirmou durante o seu Informe que continuará “a servir como mais um combatente revolucionário, pronto para dar minha modesta contribuição até o fim da vida”.
Com esta mudança natural e histórica, o 8º Congresso do PCC torna-se um marco na continuidade do processo revolucionário cubano e na reafirmação do modelo de desenvolvimento social e econômico socialista.
A revolução socialista cubana está firme e atuante a 90 milhas dos Estados Unidos, disse Díaz-Canel, no final do encontro.
O também presidente da República, cargo para o qual foi eleito em 2018, disse que o Congresso foi um marco histórico para a continuidade do processo revolucionário e elogiou a história atuação do general do Exército Raúl Castro, que aos 89 anos encerrou seu mandato como primeiro-secretário.
“Ele será consultado sobre as decisões estratégicas de maior peso para o destino da nação, estará sempre presente, sempre com conhecimento de tudo”, disse.
Afirmou ainda que a geração representada por Fidel e Raúl Castro “pode afirmar que a revolução não acaba com ela”, pois formou novas gerações que agora darão continuidade ao processo revolucionário.
Essa história se resume em povo e unidade, que quer dizer Partido, declarou.
Ele ressaltou que a revolução transformou o país com justiça social, independência e soberania diante do assédio e agressão dos sucessivos governos dos Estados Unidos.
Os delegados do 8º Congresso dos comunistas cubanos aprovaram neste domingo um conjunto de resoluções apresentadas pelas Comissões que se reuniram nos dois primeiros dias do encontro, além do Informe Central do primeiro- ecretário, Raúl Castro Ruz, no Palácio das Convenções de Havana.
O Delegado José Amado Ricardo Guerra, membro do Comitê Central e secretário do Conselho de Ministros, leu o projeto de resolução sobre o Relatório Central.
Foi aprovada a definição de que o desenvolvimento da economia nacional, junto com a luta pela paz e o fortalecimento da firmeza ideológica, constituem as principais missões do Partido.
A resolução destaca o desempenho da economia nacional, que, apesar dos entraves do bloqueio econômico, comercial e financeiro dos Estados Unidos, preservou as principais conquistas sociais da Revolução.
O documento aponta a importância do princípio de que a propriedade de todo o povo sobre os meios de produção fundamentais constitui a base do poder real dos trabalhadores. É por isso que o sistema estatal é chamado a demonstrar, na prática, e a consolidar que é e será a forma de gestão dominante na economia nacional.
Ao mesmo tempo, o texto reflete a advertência de que a expansão das atividades das formas de gestão não estatais não deve levar a um processo de privatizações que varreria os fundamentos e essências da sociedade socialista. Nesse sentido, ele reitera que “as decisões na economia não podem gerar uma ruptura com os ideais de justiça e igualdade da Revolução e enfraquecer a unidade do povo em torno de seu Partido”.
O Relatório Central especifica a necessidade de se defender o aumento da produção nacional, principalmente de alimentos.