O ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, presidente do PSD, afirmou que será “muito difícil” Bolsonaro chegar ao segundo turno da eleição presidencial em 2022 por conta da sua catastrófica gestão no enfrentamento à pandemia.
O PSD de Kassab integra a base governista no Congresso.
“Acho muito difícil (disputar o segundo turno). Vai ter de trabalhar muito para reverter sua imagem. O legado vai ser muito ruim, com (projeção de) 500 mil mortos (pelo coronavírus)”, avalia o ex-prefeito.
Para Kassab, o governo terá que fazer muito esforço para reverter o atual desgaste com a pandemia.
“O governo federal vai ter de se esforçar para mudar essa visão majoritária do país em relação ao seu desempenho, que será, inquestionavelmente, junto com a perspectiva de novos empregos, o principal fator de observação do eleitor”, afirmou, em entrevista ao jornal Valor Econômico.
O ex-prefeito observa que o eleitor irá se perguntar se conseguirá de volta o emprego perdido durante a pandemia e que, sob essa ótica, “poderemos ter um segundo turno que tenha um candidato que não seja ele [Bolsonaro] contra o Lula”.
“Temos 15 milhões de desempregados, cujo número indireto de pessoas atinge 60 milhões em um universo de 140 milhões da população (ativa)”, reiterou Kassab.
Kassab opina que se destacam dois novos nomes de candidatos mais ao centro com chances reais de ida ao segundo turno, como uma alternativa a Bolsonaro e a Lula (PT), a empresária Luíza Trajano e o presidente do Senado Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“São hoje os dois nomes que são as grandes novidades que estão sendo levadas em consideração”, afirmou o ex-prefeito paulistano, ressaltando que Trajano é “qualificada” ao cargo e que Pacheco “é visto como bom nome”.
A empresária Luíza Trajano já negou que tenha pretensões de concorrer ao Palácio Planalto.