“Se tivesse um líder, ele teria liderado o país pela vida, pela saúde, pela vacina, pela retomada econômica, pelo combate à miséria, à pobreza, ao desemprego e à fome”, acrescentou o governador de São Paulo
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou neste domingo (25), em entrevista ao jornal O Globo, que a CPI da pandemia deve investigar tudo e apontar responsáveis pela tragédia.
“O Congresso tem que cumprir seu papel, de forma célere e independente, preservando o caráter científico daquilo que representa uma investigação. Por que o Brasil não comprou as vacinas? Por que não comprou a vacina do Butantan em outubro?”, disse ele.
“Faltou coordenação nacional e liderança. O Brasil não tem um líder, tem um psicopata”, disse João Doria. “Se tivesse um líder, ele teria liderado o país pela vida, pela saúde, pela vacina, pela retomada econômica, pelo combate à miséria, à pobreza, ao desemprego e à fome. O Brasil é um oceano de fracassos: na saúde, na ciência, no meio ambiente, na educação, na proteção aos mais pobres. Vai demorar para recuperar o Brasil depois de Bolsonaro”, avaliou o governador paulista.
Doria falou sobre as dificuldades econômicas vivida pelo Brasil, fruto da inação do governo federal no enfrentamento da pandemia. “Milhões de pessoas estão sofrendo, assim como milhares de empresas. Qual é o nível de socorro e coordenação do governo federal? Nenhum. Mesmo para a aprovação de um auxílio emergencial houve uma dificuldade enorme e acabamos com um auxílio que dá para comprar um botijão de gás, dois quilos de arroz, dois quilos de feijão, dois sacos de farinha e mais nada. Que ajuda é essa? É um desastre”, denunciou.
Questionado se o governo paulista espera que a Anvisa adote, diante da nova vacina, a ButanVac, a mesma resistência do processo da CoronaVac, João Doria afirmou que acha que não. “A Anvisa hoje, dado os exemplos de equívocos cometidos no ano passado, deverá ter uma postura técnica e rápida. Não temos dúvida. Não temos vacinas no país”, afirmou o governador.
Ele respondeu também sobre o fato de ter votado em Bolsonaro em 2018. Disse que foi um grande erro. “Errei ao votar em Bolsonaro e assumo isso. Como eu, milhões de outros brasileiros também votaram em Bolsonaro, contra o projeto do PT, e cometemos um grave equívoco. Eu assumo tacitamente isso. Mas não vou errar novamente”, garantiu.
Doria fez uma avaliação do quadro eleitoral de 2022. Disse que não se pode descartar nenhum nome do que ele chama de “campo democrático”. “Temos que ter uma visão um pouco mais sublimada das questões partidárias, eleitorais e até ideológicas. Colocar o Brasil em primeiro lugar e manter esse pensamento até o limite do possível. Qual é esse limite? A meu ver, será novembro, um ano antes do pleito eleitoral. Até lá, temos que dialogar e evoluir até chegarmos a um nome que permita uma conclusão”, observou o governador.