Porto Rico ainda nem começou a se recuperar da passagem do furacão Maria, com a infraestrutura destruída, dezenas de mortos, e população sem água potável e na escuridão, o que deverá perdurar por dias e semanas, e a grande preocupação do presidente Trump, conforme tuitada que cometeu e está provocando indignação, é com “a dívida massiva”. Colônia dos EUA há mais de um século sob a fachada de “estado livre associado”, Porto Rico teve a bancarrota decretada com dívida de US$ 70 bilhões, e está sob intervenção para garantir o pagamento a Wall Street.
Como de costume, Trump fez um arrodeio, dizendo que o Texas e a Flórida “estão indo bem”, mas que Porto Rico, “que já padecia com uma infraestrutura quebrada e por uma divida massiva, está em profundos problemas”. E continuou: “Grande parte da Ilha foi destruída, com bilhões de dólares … devidos a Wall Street e aos bancos que, infelizmente, devem ser tratados”. O que levou a prefeita da capital, San Juan, Carmen Yulín Cruz, a retrucar que “não se coloca a dívida acima das pessoas, se coloca as pessoas acima da dívida”, retrucou.
Lembrando que há “uma crise humanitária” onde “milhares de pessoas estão retornando para suas casas, para descobrir que não há casa para retornar”, Cruz aconselhou Trump a “evitar esse tipo de gafe”. Ela acrescentou que “quando há uma situação de vulnerabilidade extrema, há um imperativo moral e humano a ser resolvido antes de qualquer coisa”.
Já o governador da colônia, perdão, estado livre associado, Ricardo Rosseló pediu a Trump que “aumente o apoio humanitário”. Para Brian Fallon, ex-porta-voz do Departamento de Justiça, “o negligenciamento” de Trump a Porto Rico “é racista e está ameaçando vidas. Está na hora de cuidar dessa crise”.