O líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), admitiu que o fato da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ter autorizado o uso de apenas poucas vacinas “atrasa” o cronograma de imunização da população brasileira contra a doença causada pelo novo coronavírus.
Em discurso no plenário da Casa, na quinta-feira (29), Barros culpou a Anvisa pelo fracasso do governo na implementação do cronograma de vacinação contra a Covid-19 no Brasil.
“Muitos bilhões de reais foram disponibilizados para o combate à covid, vacinas compradas, contratadas, ainda com poucas vacinas autorizadas pela Anvisa e, portanto, atrasando o nosso cronograma de vacinação. Mas o governo fez e assinou os contratos. Nós temos 560 milhões de doses de vacinas contratadas”, afirmou o líder do governo.
Não é a primeira vez que o parlamentar critica a postura da agência reguladora. Recentemente, o líder do governo criticou a burocracia imposta pela Anvisa para a liberação das vacinas contra a Covid-19 e falou em “enquadrar” a Anvisa.
Agora, Barros disse que o cronograma de vacinação não foi cumprido pois a agência não deu, até o momento, seu aval para as vacinas Covaxin, do laboratório indiano Bharat Biotech, e Sputnik V, do instituto estatal russo Gamaleya.
O deputado queixou-se da conduta adotada pelo órgão, alegando que a programação de entrega de vacinas não pode ser cumprida “porque não houve a liberação por parte da Anvisa nem da Covaxin, nem da Sputnik nem de outras vacinas que estão lá com pedido de uso emergencial”.
A agência autorizou a aplicação no Brasil da CoronaVac, fabricada pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, além dos imunizantes da AstraZeneca/Fundação Oswaldo Cruz e das norte-americanas Pfizer e Janssen – subsidiária farmacêutica da Johnson & Johnson.
Até o momento, entretanto, a vacinação no Brasil tem sido feita com os imunizantes fornecidos pela Fiocruz e pelo Instituto Butantan, que responde pela grande maioria das doses aplicadas.
Nesta semana, a Anvisa negou autorização para que a vacina russa Sputnik V fosse importada e o fim de março, disse que faltavam documentos para autorizar a importação da Covaxin.