A Capitã Cloroquina, como é conhecida Mayra Pinheiro, secretária de Gestão do Trabalho do Ministério do Trabalho, deverá ser convocada para prestar depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia.
O relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), anunciou, durante a sessão de quinta-feira (6), que iria apresentar um requerimento para que ela seja convocada. O vice-presidente, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), afirmou que outro requerimento já corre na CPI.
Se o requerimento for aprovado na CPI, seu depoimento poderá ser marcado para o dia 20 de maio.
Mayra Pinheiro foi a responsável por montar uma comitiva de médicos que foram até Manaus para incentivar o uso de cloroquina nos pacientes com Covid-19, como ela própria confirmou em depoimento.
O “tratamento precoce”, com o uso de cloroquina e outras drogas, não impediu que os hospitais de Manaus lotassem com pacientes de Covid-19 e muitos morreram por falta de UTI ou por falta de oxigênio.
Em janeiro, pouco antes da segunda onda da Covid começar em Manaus, o Ministério da Saúde financiou a ida dos médicos que propagandearam o medicamento que não tem nenhum efeito positivo na recuperação contra a Covid-19.
Um dos médicos contratados com recursos do Ministério da Saúde aplicou cloroquina nebulizada em um paciente, que morreu em seguida. O caso é investigado pela Polícia Civil.
Na quinta-feira (6), o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, se recusou a responder sobre o uso da cloroquina para pacientes com Covid, apesar de ter sido perguntado várias vezes e por mais de um senador.
O ministro de Bolsonaro se escondeu atrás de protocolos que vão sair, segundo ele, para não dizer se indica ou não o uso de cloroquina para pacientes com Covid.