
O presidente russo denunciou as tentativas nos dias atuais “de colocar em aplicação muito da ideologia dos nazistas e daqueles que eram obcecados pela teoria delirante de sua supremacia”
No desfile militar do 9 de Maio, data da vitória sobre a besta-fera hitlerista, o presidente Vladimir Putin, em discurso na Praça Vermelha, advertiu que “não há perdão nem desculpa para os que retomam planos agressivos” e denunciou as tentativas nos dias atuais “de colocar em aplicação muito da ideologia dos nazistas e daqueles que eram obcecados pela teoria delirante de sua supremacia”.
“Nosso povo sabe muito bem para onde tudo isso leva. Cada família guarda a memória sagrada daqueles que conquistaram a Vitória”, sublinhou.
Dirigindo-se aos veteranos de guerra, Putin afirmou que “nós nos curvamos diante de sua coragem e força de espírito e agradecemos pelo exemplo imortal de unidade e amor pela pátria. Vocês provaram que é possível alcançar o aparentemente impossível apenas juntos. Vocês derrotaram o inimigo implacável, defenderam seus lares, filhos e sua terra natal. Vocês conquistaram uma vitória incondicional sobre o nazismo e eternizaram o dia 9 de maio de 1945″.
O presidente Putin lembrou que o povo soviético cumpriu “seu juramento sagrado, defendeu a sua pátria e libertou os países da Europa da ‘peste marrom’”.
Putin enfatizou que “quase um século nos separa dos acontecimentos em que, no centro da Europa, uma monstruosa fera nazista tornou-se atrevida e ganhou força predatória. Os slogans de superioridade racial e nacional, anti-semitismo e russofobia se tornaram cada vez mais cínicos. Acordos destinados a impedir a queda em direção à guerra mundial foram facilmente riscados”.

76º aniversário da Vitória sobre o nazismo foi celebrado com desfile na Praça Vermelha (Andrei Nikerichev/Moskva News Agency)
O presidente russo denunciou as reuniões de “punidores” nos tempos de hoje, e suas tentativas de “reescrever a história, para justificar traidores e criminosos, cujas mãos estão encharcadas do sangue de centenas de milhares de civis”.
“Sempre lembraremos que foi o povo soviético que realizou essa façanha magnífica. Nos tempos mais difíceis da guerra, nas lutas decisivas que determinaram o desfecho da luta contra o fascismo, o nosso povo esteve só, no caminho árduo, heroico e de sacrifícios até a Vitória”, acrescentou Putin, citando as cidades que conquistaram o título de cidades heroicas: “Moscou e Leningrado, Minsk e Kiev, Stalingrado e Sebastopol, Murmansk e Odessa, Kerch e Tula, Novorossiysk e Smolensk”.
A invasão hitlerista teve início há 80 anos. “O inimigo atacou nosso país, invadiu nossa terra para matar, semear morte e dor, horror e sofrimento indizível. Ele queria não apenas derrubar o sistema político, o sistema soviético, mas nos destruir como um Estado, como uma nação, varrer nossos povos da face da terra”.
A resposta à invasão das hordas nazistas – destacou – foi um “senso geral de determinação formidável e avassalador de repelir a invasão”. O povo soviético proferiu “um veredicto histórico do nazismo tanto pelo poder das armas nos campos de batalha, quanto pelo poder de sua moral, retidão humana, coragem e lealdade”.
“Glória ao povo vitorioso”, concluiu Putin, após observar que a Rússia defende “sistematicamente o direito internacional”, ao mesmo tempo em que “defenderemos firmemente nossos interesses nacionais e garantiremos a segurança de nosso povo”.
ÍNTEGRA DO DISCURSO DE PUTIN:
“Caros cidadãos da Rússia, caros veteranos! Camaradas, soldados e marinheiros, sargentos e cabos, subtenentes e suboficiais! Camaradas oficiais, generais e almirantes!
Feliz Dia da Vitória! A vitória teve um significado histórico colossal para o destino do mundo inteiro. É um feriado que sempre foi e continuará sendo um dia sagrado para a Rússia, para nossa nação.
É nosso feriado por direito, pois somos parentes de sangue daqueles que derrotaram, esmagaram e destruíram o nazismo. É nosso porque descendemos da geração dos vencedores, uma geração da qual nos orgulhamos e que temos em grande honra.
Nossos queridos veteranos! Curvamo-nos perante a vossa coragem e fortaleza, obrigado por um exemplo imortal de unidade e amor à Pátria.
Vocês provaram que somente juntos pode-se alcançar o que parece impossível. Vocês derrotaram o inimigo impiedoso, defenderam seus lares, filhos e país natal. Vocês conquistaram uma vitória incondicional sobre o nazismo e eternizaram a memória de 9 de maio de 1945.
Sempre lembraremos que foi o povo soviético que realizou essa façanha magnífica. Nos tempos mais difíceis da guerra, nas lutas decisivas que determinaram o desfecho da luta contra o fascismo, o nosso povo esteve sozinho no caminho árduo, heroico e de sacrifícios até à Vitória. Ele lutou até a morte em todas as linhas, nas mais ferozes batalhas em terra, mar e ar.
Pessoas de todas as nacionalidades, religiões, lutaram por cada centímetro de sua terra natal: pelos campos perto de Moscou, pelas rochas da Carélia e desfiladeiros do Cáucaso, pelas florestas de Vyazma e Novgorod, pelas costas do Báltico e pelas estepes do Dnieper, do Volga e do Don.
O heroísmo das tropas soviéticas e o espírito inabalável dos civis são perpetuados nos títulos gloriosos de Cidades Heroicas, concedidos a Moscou e Leningrado, Minsk e Kiev, Stalingrado e Sebastopol, Murmansk e Odessa, Kerch e Tula, Novorossiysk e Smolensk.
O vínculo inquebrantável entre os combatentes da linha de frente e os da frente doméstica garantiu que nossas tropas tivessem tudo de que precisavam para a Vitória, graças aos esforços das fábricas na região do Volga e nos Urais, da Sibéria e do Extremo Oriente, nas cidades do Cazaquistão e nas repúblicas da Ásia Central. Também nos lembramos daqueles que deram abrigo, apoiaram aqueles que foram evacuados e foram forçados a deixar suas casas.
Hoje, comemoramos com gratidão a memória de toda uma geração de grandes heróis e trabalhadores dedicados, e lembramos de nossos lutadores da linha de frente, bravos guerrilheiros e membros da resistência clandestina.
Os tormentos dos habitantes da sitiada Leningrado e dos prisioneiros dos campos de concentração, as inúmeras tragédias das pessoas nos territórios ocupados, ecoam em nós com uma dor duradoura.
Inclinamos nossas cabeças diante da bendita memória de todos cujas vidas foram tiradas pela guerra: diante da memória de filhos, filhas, pais, mães, avôs, maridos, esposas, irmãos, irmãs, companheiros militares, parentes, amigos. Lamentamos pelos veteranos que nos deixaram.
Um minuto de silêncio é anunciado. (Minuto de silêncio.)
Caros amigos!
Este ano marca 80 anos desde o início da Grande Guerra Patriótica.
22 de junho de 1941 é uma das datas mais trágicas de nossa história. O inimigo atacou nosso país, invadiu nossa terra para matar, semear morte e dor, horror e sofrimento indizível.
Este inimigo queria não apenas derrubar o sistema político soviético, mas nos destruir como um Estado, como uma nação, varrer nossos povos da face da terra.
Respondemos à invasão das hordas nazistas com uma determinação unida, formidável e avassaladora de repelir essa invasão. Fazer de tudo para que o inimigo fosse derrotado e para que os criminosos e assassinos sofressem o castigo inevitável e justo.
O povo soviético cumpriu este juramento sagrado, defendeu sua pátria e libertou os países da Europa da “peste marrom”.
O povo soviético proferiu um veredicto histórico ao nazismo com o poder de suas armas nos campos de batalha e com sua força moral e retidão, a bravura abnegada das mães dos soldados e a fidelidade daqueles que esperavam, todos os dias, por uma mensagem de seus entes queridos da linha de frente. O povo soviético venceu graças ao poder da bondade e do amor ao próximo que é inerente ao nosso caráter nacional desde os primeiros tempos.
Esse poder se manifestou no heroísmo de médicos e enfermeiras que salvaram os feridos e lutaram por todas as vidas nas trincheiras, no calor da batalha e em hospitais na linha de frente e na retaguarda.
Naquele momento, em 1941, ainda havia quatro anos da mais violenta guerra pela frente. Aquela guerra foi um golpe sobre nosso futuro, nossa juventude, nossa geração mais jovem. A guerra trouxe sobre nós tantas insuportáveis provações, dores e lágrimas que é impossível esquecer. Aqueles que tramam novas agressões não podem ser perdoados ou desculpados.
Quase um século nos separa dos acontecimentos em que, no centro da Europa, uma monstruosa fera nazista tornou-se atrevida e ganhou força predatória. Os slogans de supremacia racial e étnica, anti-semitismo e russofobia estavam se tornando cada vez mais cínicos. Acordos destinados a impedir a queda em direção à guerra mundial foram facilmente riscados.
A história exige que aprendamos com ela. Infelizmente, são feitas tentativas de implantar uma grande parte da ideologia nazista e as idéias daqueles que estavam obcecados com a teoria delirante de sua própria supremacia.
Essa ideologia não é apenas apoiada por radicais e grupos terroristas internacionais de todos os tipos. Hoje estamos testemunhando os membros sobreviventes desses esquadrões da morte e seus seguidores tentando reescrever a história e justificar os traidores e criminosos cujas mãos estão manchadas com o sangue de centenas de milhares de civis.
Nosso povo sabe muito bem para onde tudo isso leva. Cada família guarda a memória sagrada daqueles que conquistaram a Vitória. E sempre teremos orgulho de sua façanha.
A Rússia defende sistematicamente o direito internacional, ao mesmo tempo que continua a defender firmemente nossos interesses nacionais e a segurança de nosso povo.
Garantias confiáveis disso são as valentes Forças Armadas da Rússia, herdeiras dos soldados da Vitória. E, claro, nosso trabalho conjunto para o desenvolvimento do país e do bem-estar das famílias russas.
Nossos veteranos, seus destinos, sua devoção à Pátria são um exemplo para nós. É o ápice que devemos buscar, ao mesmo tempo em que reafirmamos o significado e o valor da grandiosa Vitória em nossos pensamentos e ações, em nossos esforços presentes e futuros pelo bem de nossa Pátria.
Glória ao povo vitorioso!
Feliz Dia da Vitória!”