O senador Romero Jucá (PMDB/RR), líder do governo e presidente nacional do partido, defendeu que parte do recurso arrecadado com a reoneração da folha de pagamento das empresas seja usado para engordar o fundo eleitoral.
O fundo bilionário, criado para financiar as campanhas eleitorais com recursos públicos, nada mais é que uma trama concebida para substituir a propina das empreiteiras por dinheiro do contribuinte e financiar os partidos e políticos investigados pela Lava Jato, a exemplo do PMDB, PT e PSDB. Sua constituição já avançou sobre recursos da saúde e educação, podendo agora garfar dinheiro que deveria ir para a Previdência.
A desoneração da folha salarial no governo Dilma atingiu o Cofins e o PIS, duas fontes de financiamento da Previdência. Agora, com a possível reoneração, esses recursos devem ir para onde manda a Constituição e não serem usados para outros fins. Estima-se, com essa medida uma arrecadação extra de cerca de R$ 8 bilhões.
Na semana passada, Temer indicou que pretende utilizar parte dos recursos gerados pela reoneração com a intervenção federal no Rio de Janeiro. Mas Jucá está tentando convencer o governo que parte do dinheiro atenda aos políticos, querem se reeleger para manter o foro privilegiado e fugir do juiz Sérgio Moro e de Curitiba.
A proposta é criticada por setores do próprio governo.
A ideia de Jucá incomodou também o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ), que criticou a proposta: “Se o dinheiro é para fundo eleitoral, vamos gerar desemprego para isso?”, questionou.