O governador Flávio Dino (PCdoB), do Maranhão, rebateu a farsa do senador Marcos Rogério (DEM-RO), na CPI da Pandemia, acusando o chefe do executivo maranhense de defender a cloroquina no tratamento contra Covid-19.
“Em razão de debate na CPI do Senado, é muito fácil distinguir duas condutas: 1) a de um gestor irresponsável que empurra remédios sem habilitação técnica; 2) a de um gestor que disse, no dia 10 de abril de 2020, que respeitava as orientações médicas. A 2ª atitude foi a minha”, publicou Dino.
O senador bolsonarista apresentou um vídeo com uma série de governadores que no começo da pandemia aceitaram que os hospitais usassem cloroquina no tratamento.
Naquele momento, o medicamento ainda estava sendo estudado. Os resultados obtidos em todo o mundo mostram que a cloroquina não tem efeito contra a Covid-19.
O presidente da CPI da Pandemia, Omar Aziz (PSD-AM), também rebateu Marcos Rogério e disse que a ciência evolui “com uma rapidez muito grande” e logo que os resultados que mostravam a ineficácia da cloroquina foram divulgados a posição de Bolsonaro deveria ter sido abandonada.
“Isso aí foi em março de 2020. Em março de 2020, se eu tivesse contraído a Covid, eu tomaria também cloroquina”, mas não o faria hoje.
“Não foram só os governadores” que defenderam testar a cloroquina. “O especialista David Uip em março e fevereiro de 2020 [também]. Agora, pergunte para ele hoje e ele vai dizer que não é [favorável ao uso do medicamento]”, continuou Aziz.
Ao contrário, Bolsonaro, apesar dos alertas e da comprovação de ineficácia da cloroquina como medicamento contra a Covid-19, até hoje continua tentando empurrar o remédio como solução para a pandemia. Quer que as pessoas acreditem que estão imunes com a cloroquina quando não estão. Isso é crime.
Tentar misturar as falas de governadores no início da pandemia com o que faz Bolsonaro hoje é para acobertar o seu crime.
A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) disse que, ao contrário do que fizeram os governadores, “o presidente [Bolsonaro] estimulava a auto-medicação” e a contaminação pelo vírus.
“O Maranhão é o Estado com a menor quantidade de mortes por habitantes comparativamente aos demais estados brasileiros. O que o governador do Maranhão fez no Estado deveria ser repetido pelo presidente da República”, afirmou.
A jornalista Vera Magalhães salientou que, no vídeo, Flávio Dino diz explicitamente que não se pode estimular a automedicação, que é exatamente o que Jair Bolsonaro fazia e ainda faz.
“Eles exibem um vídeo em que Flávio Dino diz que não se pode estimular a automedicação. E acham que estão lacrando”, disse Vera.