A Capitã Cloroquina, Mayra Pinheiro, contradisse o ex-ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, e falou que o Ministério já sabia da falta de oxigênio em Manaus desde o dia 8 de janeiro.
Pazuello tinha dito à CPI da Pandemia que só fora informado da situação no dia 10 de janeiro.
Mayra Pinheiro falou que a empresa White Martins, que vende oxigênio medicinal para o sistema de saúde de Manaus, enviou um email para o Ministério no dia 8 de janeiro informando que iria faltar oxigênio nos hospitais.
“O ministro teve conhecimento do desabastecimento de oxigênio em Manaus creio que no dia 8 [de janeiro], e ele me perguntou: ‘Mayra, por que você não relatou nenhum problema de escassez de oxigênio?’. Porque não me foi informado”.
Eduardo Pazuello, entretanto, disse que só ficou sabendo da situação da cidade na noite do dia 10 de janeiro. Segundo ele, a situação foi relatada “numa reunião com o governador [do Amazonas] e o secretário de Saúde”.
A Capitã Cloroquina chefiou uma comissão do Ministério da Saúde que supostamente foi para Manaus averiguar a situação do sistema de saúde da cidade, mas não foi capaz de prever que faltaria oxigênio medicinal nos hospitais.
O Ministério Público Federal (MPF), que está investigando a situação, disse que era possível prever a falta de oxigênio medicinal em Manaus fazendo um simples cálculo da evolução da pandemia na cidade e do uso do insumo.
Segundo o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL), “[a fala de Mayra cai em] contradição com o que afirmou ao Ministério Público Federal: ‘É possível realizar esse cálculo a partir do prognóstico de hospitalizações, pois se estima a quantidade de insumo a partir do número de internados’”.