O Brasil é o 63º país no ranking global de vacinação contra a Covid-19 na relação a cada 100 habitantes com a primeira dose da vacina. O país, que iniciou a vacinação há quatro meses, caiu ao menos sete posições nas últimas semanas.
Segundo os dados atualizados pelo portal Our World In Data, ligado à Universidade de Oxford, pelos países que compõem o G20, o Brasil aparece com 29,99 doses aplicadas a cada 100 habitantes. O Reino Unido conta com 91.32, os Estados Unidos com 86.05, o Canadá com 56.39, Alemanha 54.14, Itália 51.88 e França 48.55.
Vale lembrar que o número considera o total de doses aplicadas e os três imunizantes utilizados no país atualmente, CoronaVac, AstraZeneca e Pfizer, que necessitam de duas doses para cada pessoa vacinada.
Os dados contrapõem o cenário pintado pelo líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-CE), durante a CPI da Covid. Segundo o senador, o Brasil teria uma das campanhas de vacinação mais avançadas do mundo.
Para justificar isso, o senador usa o número absoluto de doses aplicadas no país, colocando o país na quarta colocação global, com 62 milhões de doses entregues aos estados e municípios.
O Brasil ainda continua com problemas para aplicar a segunda dose, o que ocasiona ainda mais problemas para a efetividade do Plano Nacional de Imunização (PNI).
Até a última terça-feira (25), apenas 10% da população brasileira (21,2 milhões de pessoas) havia recebido as duas doses do imunizante, um número muito abaixo do necessário para impedir a disseminação do coronavírus.
A primeira dose já foi aplicada em 42.991.742 de pessoas em todos os estados e no Distrito Federal, o que corresponde a 20,30% da população.
RITMO LENTO
O ritmo de vacinação contra a Covid-19 segue lento, principalmente por conta da escassez de vacinas para a distribuição. Enquanto o governo Bolsonaro atua para sabotar a imunização, ignorando, por exemplo, a russa Sputnik V. Seguimos com poucas doses de vacina disponíveis.
A dificuldade para alcançar e superar essa meta de forma consistente está associada ao baixo número de doses disponíveis aos brasileiros, ao menos em comparação com o tamanho da nossa população.
Na última semana, os principais produtores e fornecedores de vacinas contra Covid-19 ao país, o Instituto Butantan e a Fiocruz, precisaram paralisar sua linha de produção devido à falta de matéria-prima.
O insumo é importado da China. Segundo a Fiocruz, a interrupção não afetou as entregas previstas para o mês de maio, já que o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) esperado será usado para fabricar as doses que serão entregues em junho.
Entretanto, o mesmo não pode ser dito em relação à produção do Instituto Butantan. Das 12 milhões de doses previstas para serem entregues este mês ao Ministério da Saúde, pouco mais de 5 milhões foram disponibilizadas. A fabricação foi retomada após a chegada de um novo lote de IFA, realizado na última terça-feira (25).
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