Paris, Londres, Amsterdã e Lisboa estiveram entre as diversas cidades da Europa que foram palco de atos contra o governo de Jair Bolsonaro, somando-se aos inúmeros protestos que ocorreram no Brasil, neste sábado (29), no dia 28 foi também realizado um protesto em Berlim.
Em Paris, com as consignas de “Fora Bolsonaro” e “Fora miliciano”, a manifestação que começou por volta das 17h (meio-dia de Brasília) aos pés da estátua da República reuniu centenas de pessoas para denunciar a criminosa gestão da pandemia da Covid-19 pelo atual governo do Brasil e exigir mais vacinas para a população em meio ao agravamento do número de mortes (460 mil) e recrudescimento de casos de contaminação.
“BOLSONARUBU”
Um grupo de participantes do ato parisiense encenou uma paródia da peça “Ubu-Rei”, de Alfred Jarry, precursor do chamado ‘teatro do absurdo”. Na peça os manifestantes criticaram a postura negacionista da gravidade da doença (uma gripezinha, segundo Bolsonaro) que levou à resistência do governo à compra de vacinas e a ataques à ciência, a exemplo da adesão ao uso da ineficaz panaceia da coloroquina.
A sátira original é uma crítica aos abusos do poder e foi publicada em 1896. Na adaptação feita para o protesto, o presidente virou “Bolsonarubu”, um personagem que rejeita a compra de vacinas da Coronavac em 2020, dizendo que todos vão virar jacaré, trata cientistas de comunistas e ameaça cortar as bolsas de estudantes e pesquisadores.
“Essa manifestação é em apoio aos atos que acontecem hoje no Brasil como forma de dar um respaldo aos brasileiros que estão no front, em uma situação muito mais complicada que a nossa. Aqui a maioria das pessoas presentes à manifestação já estão vacinadas”, sublinhou Márcia Camargo, membro do coletivo Alerte France Brésil/MD18.
“É inadmissível a ignorância e o negacionismo do governo. O mundo inteiro já provou que cloroquina não funciona, e esse homem gasta dinheiro comprando isso, enquanto tem gente morrendo, tem gente passando fome, falta oxigênio. Não é possível”, disse a enfermeira Agnès Molnar Dupuy, que participou pela primeira vez de uma manifestação contra o presidente segurando uma placa com os dizeres “459 mil mortos, e 1 culpado”.