“Dentro de muito pouco tempo, o Brasil vai enfrentar uma crise hídrica que afetará nosso sistema elétrico nas mesmas proporções, ou maior, do que a crise de 2001. Ela vai trazer impacto negativo na produção, no emprego e na renda, com mais sofrimento à população. E, provavelmente, novo racionamento com tudo de ruim que isso significa”, afirmou Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da República pelo PDT, em vídeo divulgado em suas redes sociais, nesta segunda-feira (31).
Ciro denunciou a omissão do governo Bolsonaro diante da crise energética que provocará apagão e altas tarifas e condenou a privatização da Eletrobrás, recentemente aprovada na Câmara dos Deputados. “Enquanto a crise se aproxima, o que faz Bolsonaro? Nada. Apenas a acelera com a negociata da privatização criminosa e escandalosa da Eletrobrás. Uma privatização obscura e às escuras, como tudo do seu governo”.
“Ou a gente impede este crime ou mergulharemos em um apagão político e moral de proporções gigantescas”, alertou o ex-governador do Ceará.
Na manhã de sexta-feira (28), um apagão deixou vários estados brasileiros sem luz por 20 minutos ). No mesmo dia, o governo publicou um alerta de emergência hídrica para o período de junho a setembro em cinco Estados brasileiros: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná. De noite, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com aval do governo Bolsonaro, decidiu que as famílias terão que arcar com um custo adicional de R$ 6,24 por cada 100 kWh na conta de luz no mês de junho, quando será aplicada a bandeira vermelha nível 2.
Para especialistas do setor, não dá para culpar São Pedro pela crise energética.
“Nós conhecemos como o clima se comporta. Temos medição de como se comporta o ritmo da vasão dos rios desde 1931. A maior crise hidráulica anterior foi de 1953 ou 1954. E como desde então nós devastamos as bacias hidrográficas e florestas, deveríamos estar preparados para uma situação pior do que aquilo. Para enfrentar a situação basta construir as usinas hidráulicas, eólicas e fotovoltaicas em número suficiente para atender, ao mínimo custo, a demanda, quando acontece uma situação de escassez hidráulica e eólica combinada como agora”, observou o professor Ildo Sauer, titular do Instituto de Energia da USP. “O problema energético não é do clima, não é da chuva, não é do vento e não é do sol, é do modelo energético brasileiro”, afirmou o professor.
Confira a íntegra do vídeo com Ciro Gomes aqui.