Crime organizado comemora a retomada da favela e a população permanece no meio do fogo cruzado
Apenas dois dias depois do governo federal, na figura de Raul Jungmann, ministro da Defesa, anunciar a retirada das tropas das Forças Armadas da Rocinha, novos tiroteios foram registrados na comunidade. A Polícia Militar do Rio de Janeiro confirma que aliados de Rogério 157, já controlam a comunidade.
A saída das Forças Armadas da favela aconteceu de forma repentina e causou estranhamento em todos, já que, o governo Temer havia comemorado a “pacificação” da Rocinha e, segundo Jungmann, não havia data para a saída dos soldados, que mantinham posições na parte baixa e no entorno da favela.
O governo Temer, que não poupou cerimônias para anunciar a intervenção na comunidade, se retirou do campo assim que o assunto deixou de ser manchete nos jornais. Sem qualquer proposta de apoio ou ação junto à comunidade ou à Polícia Militar, que, mesmo sem recursos, deve patrulhar a região, Temer mantém o Rio de Janeiro no caos.
Na Rocinha, cartazes espalhados pela comunidade anunciavam que a favela estava com uma “nova administração”, a do traficante “Rogério 157”, que rompeu com seu aliado “Nem da Rocinha” e a facção ADA (Amigos dos Amigos) e se juntou ao Comando Vermelho. Segundo a PM, Rogério 157 controla a parte alta da favela, enquanto aliados de Nem estão na parte baixa.
CRISE
O governo de Luis Fernando Pezão (PMDB) afirmou que a PM irá reforçar a atuação na Rocinha e que 700 militares serão deslocados para a região. Para o presidente da Associação de Praças da PM-RJ, Vanderlei Ribeiro, não há estrutura para os policiais do estado combaterem o tráfico e protegerem a população.
“Os policiais estão desgastados. Trabalham numa carga horária excessiva, estão mal equipados. As viaturas não tem combustível e tem problemas mecânicos. As armas e as munições são velhas. A situação dos policiais é fragilizada”, disse Vanderlei Ribeiro.
Alexandre de Morares deve julgar retorno de traficantes para o estado
Um dia antes da saída das Forças Armadas da Rocinha, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus coletivo que pode trazer de volta para o Rio membros do crime organizado que estão cumprindo pena em presídios federais. São 55 criminosos que podem se beneficiar do pedido.
O defensor público federal Anginaldo Oliveira Vieira alega que a lei estabelece que os detentos devem ficar no máximo 360 dias cumprindo penas em presídios federais, podendo ser prorrogado por mais 360. O habeas corpus é solicitado para todos que estão há mais de dois anos nestas cadeias, que têm regime de isolamento de 22 horas por dia.
55 presos do Rio estão há mais de dois anos em presídios federais. Os criminosos representam quase 30% de um total de 185 detentos que está acima do tempo permitido por lei.
“A admissão do preso dentro do Sistema Penitenciário Federal por prazo superior a 720 dias e em condições de isolamento extremas é uma pena cruel,
que ignora a função ressocializadora da pena e o princípio da dignidade da pessoa humana”, escreve Viera no pedido.
Um dos traficantes que pode ser beneficiado caso o STF aceite o pedido da DPU é o próprio Nem da Rocinha. Um dos pivôs da guerra na favela, Nem está no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia.
No STF, o pedido da DPU caiu nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, que deverá decidir se concede ou não o habeas corpus.
Um dia antes da saída das Forças Armadas da Rocinha, a Defensoria Pública da União (DPU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) um habeas corpus coletivo que pode trazer de volta para o Rio membros do crime organizado que estão cumprindo pena em presídios federais. São 55 criminosos que podem se beneficiar do pedido.
O defensor público federal Anginaldo Oliveira Vieira alega que a lei estabelece que os detentos devem ficar no máximo 360 dias cumprindo penas em presídios federais, podendo ser prorrogado por mais 360. O habeas corpus é solicitado para todos que estão há mais de dois anos nestas cadeias, que têm regime de isolamento de 22 horas por dia.
55 presos do Rio estão há mais de dois anos em presídios federais. Os criminosos representam quase 30% de um total de 185 detentos que está acima do tempo permitido por lei.
“A admissão do preso dentro do Sistema Penitenciário Federal por prazo superior a 720 dias e em condições de isolamento extremas é uma pena cruel,
que ignora a função ressocializadora da pena e o princípio da dignidade da pessoa humana”, escreve Viera no pedido.
Um dos traficantes que pode ser beneficiado caso o STF aceite o pedido da DPU é o próprio Nem da Rocinha. Um dos pivôs da guerra na favela, Nem está no presídio federal de Porto Velho, em Rondônia.