Após a aplicação da primeira dose, a vacina russa Sputnik V obteve 78,6% de eficácia para evitar infecções pela Covid-19 em idosos na cidade de Buenos Aires, assinalou estudo preliminar divulgado nesta quarta-feira (2) pelo governo argentino.
A pesquisa acompanhou mais de 180 mil pessoas na capital argentina e na região metropolitana entre dezembro de 2020 e março deste ano. Desse total, cerca de 40 mil foram vacinados.
A vacina de apenas uma dose foi registrada no início de maio com o nome de Sputnik Light pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF, na sigla em russo), sendo uma forma de acelerar o processo de imunização, garantindo a eficácia da proteção sem a necessidade de aplicar duas doses.
“O estudo indica uma eficácia de 78,6% para evitar casos de Covid-19, de 84,7% para evitar as mortes e de 87,6% para reduzir hospitalizações em pessoas de 60 a 79 anos”, informou o governo de Buenos Aires, através de uma nota.
Foi o primeiro realizado fora da Rússia que acompanhou a aplicação de vacinas em um “cenário do mundo real”. Antes, um levantamento já havia apontado 79,4% de eficácia em pacientes russos.
O estudo envolveu 186.581 pessoas com idades entre 60 e 79 anos, que foram acompanhadas pelas autoridades de saúde. Os pacientes foram vacinados entre o dia 29 de dezembro de 2020 e 21 de março de 2021.
Do total, 40.387 mil voluntários receberam a 1ª dose da vacina durante este período e 146.194 não foram imunizados, justamente para comparação.
“A publicação de dados independentes na província de Buenos Aires confirma a alta eficácia da vacina russa para idosos de alto risco. Conforme consta do relatório do Ministério da Saúde da província, a vacinação com a “Sputnik Light” pode reduzir significativamente o número de casos e o número de internações. Pretendemos continuar o contato próximo com colegas na Argentina para estudar mais os dados sobre o uso da vacina russa”, disse Kirill Dmitriev, CEO do RDIF.
Além disso, o governo da Argentina também anunciou que o Instituto Gamaleya, responsável pelo desenvolvimento da Sputnik V, aprovou o início da produção em massa da vacina no país. O sinal verde veio após o órgão realizar o controle de qualidade de um primeiro lote fabricado pelo laboratório argentino Richmond.
A ministra da Saúde da Argentina, Carla Vizzotti, afirmou em entrevista coletiva, que a fabricação das doses deve ter início na sexta-feira (4). “O controle de qualidade foi satisfatório e vamos avançar na importação dos antígenos, tanto do componente um como do componente dois”, informou.