A greve dos trabalhadores da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), iniciada no dia 19 do mês passado, continua em todos os estados do país. Em Brasília e em outros estados, os grevistas se juntarão nesta terça-feira, 03, com outras categorias para um ato unificado em “Defesa das Estatais e da Soberania Nacional”. Em São Paulo o ato acontece na quarta-feira, 04.
O movimento grevista defende reajuste salarial de 8%, manutenção dos benefícios conquistados em acordos anteriores, e principalmente o fim do desmonte da estatal praticado pelo governo com claro intuito de privatização.
Até o momento a empresa estava arrastando as negociações da campanha salarial e nenhum ponto de pauta de reivindicação da categoria foi discutido, “tamanho é a sede desta gestão em retirar direitos dos trabalhadores”, diz o diretor da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), Mizael Cassimiro. Ele explica que “o objetivo da empresa é prolongar a negociação até o dia 11 de novembro, data em que passa a valer a Reforma Trabalhista” e a precarização das relações do trabalho passa a ser a norma.
Os grevistas ainda denunciam a perseguição à categoria a fim de barrar a greve. Na última quinta-feira, 28, o Ministro do TST, Emmanoel Pereira, emitiu uma limiar que considera a greve abusiva. Para a Fentect, “trata-se de uma decisão monocrática (proferida por um único magistrado), portanto, cabe recurso. Além disso, os trabalhadores denunciam que “o presidente da Empresa, desde o início das negociações, vem cometendo assédio ao direito de greve, apresentando falas e opiniões do Ministro Emmanoel como se fossem sentenças, utilizando a imagem do magistrado para desmobilizar o movimento”.
Com a ECT em crise, até agora o que foi feito pela administração da estatal foi fechar cerca de 250 agências em todo o país, abrir PDVs (Plano de Demissão Voluntária) que demitiram mais de 10 mil funcionários, além de retirar direitos daqueles que permanecem empregados. Por isso, a Fentect ressalta que “conforme decisão dos sindicatos filiados, a greve continua. Tendo em vista a força do movimento pelo País, os trabalhadores vão permanecer mobilizados (…) para lutar contra a privatização e em defesa dos direitos e empregos”.