Um relatório da Polícia Federal aponta que o empresário Otávio Fakhoury pagou ilegalmente R$ 53,3 mil para produzir, em 2018, material de campanha em apoio a Jair Bolsonaro. O gasto não foi declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
A PF apreendeu com o empresário bolsonarista Otávio Fakhoury notas fiscais, datadas de outubro de 2018, de duas gráficas nordestinas que imprimiram ilegalmente o material de campanha.
Foram produzidos 560 mil itens de propaganda eleitoral, como panfletos e adesivos que carregavam a foto de Bolsonaro, o número do partido e algumas propostas.
A descoberta foi feita enquanto a PF investigava o financiamento dos atos antidemocráticos promovidos por Jair Bolsonaro contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
Fakhoury disse que não informou à coordenação da campanha de Bolsonaro porque não se tratava de doação de campanha.
O dono de uma das gráficas disse que já passou todas as informações para a Polícia Federal.
A suspeita é de que a campanha de Bolsonaro tenha cometido o crime de caixa dois eleitoral.
O relatório parcial da PF sobre a investigação diz que foi localizada uma mensagem do empresário que mostra que ele apoiou e financiou as manifestações golpistas.
“Eu vou, vou ajudar a pagar o máximo de caminhões que puder. Convocarei todos que eu conhecer! Não vou deixar esses canalhas derrubarem esse governo”, disse no dia 21 de fevereiro de 2020.
Otávio Fakhoury tinha muitas conversas com o deputado e filho de Jair Bolsonaro, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
O relatório parcial feito pela PF propõe que seja aprofundada a investigação sobre os valores passados pelo governo federal para grupos apoiadores e sobre a criação organizada de perfis falsos nas redes sociais para apoiar o governo e atacar críticos.
A Procuradoria-Geral da República (PGR), entretanto, pediu para o STF arquivar a investigação. A decisão será tomada pelo ministro do STF, Alexandre de Moraes.