O Tribunal de Contas da União (TCU) afastou o auditor Alexandre Figueiredo Costa Silva Marques, autor de um relatório fraudulento que apontava que a metade das mortes por Covid não foram causadas pela doença, e abriu um processo administrativo contra o servidor.
O “estudo” irregular foi citado por Jair Bolsonaro, na segunda-feira (7). “Em torno de 50% dos óbitos por covid no ano passado não foram por covid, segundo o Tribunal de Contas da União”, disse, citando o relatório fraudado de Alexandre Figueiredo Marques.
O corregedor do TCU, Bruno Dantas, quer que a Polícia Federal investigue a realização do relatório e sua divulgação, até chegar em Jair Bolsonaro.
Segundo Dantas, “os fatos até aqui apurados pela Corregedoria são graves e exigirão aprofundamento para avaliar a sua real dimensão”.
“Se ficar comprovado que o auditor utilizou o cargo para induzir uma linha de fiscalização orientada por convicções políticas, isso será punido exemplarmente”, disse.
“Para sustentar a confiança pública, a conduta dos auditores deve ser irrepreensível e estar acima de qualquer suspeita, o que exige condução dos trabalhos com uma atitude objetiva, baseada em fatos, não partidária, e não ideológica em relação às entidades auditadas e aos usuários de seus relatórios”, continuou.
Dantas apresentou o pedido de abertura de processo administrativo e a presidente do TCU, Ana Arraes, acatou.
O auditor afastado, Alexandre Marques, admitiu que é o autor do “relatório” e disse que foi seu pai, Ricardo Silva Marques, amigo pessoal de Jair Bolsonaro, quem passou a informação falsa para o governo.
Ricardo Silva Marques, que é coronel do Exército, foi indicado pelo governo Bolsonaro para um cargo na Petrobrás.