A partir da segunda-feira, 2 de abril, a China iniciou a aplicação de tarifas de 15 e 25% para 128 produtos importados dos Estados Unidos, em resposta às medidas do presidente norte-americano, Donald Trump, de impôr duras taxas aos produtos do país asiático, informou o Ministério de Finanças chinês.
“Com o objetivo de proteger nossos interesses e compensar os danos causados pelas medidas adotadas pelos Estados Unidos, a partir de 2 de abril a China cessa suas obrigações de reduzir os impostos alfandegários para 128 produtos de sete categorias importadas dos EUA”, declara o mencionado ministério em comunicado publicado neste domingo em sua página web.
Sobre a base das tarifas atuais para 120 artigos, incluídas frutas como maçãs, nozes e amêndoas, o imposto será de 15% e, para outros oito produtos, incluída a carne de porco ou o alumínio, será de 25%, conforme a nota. A medida afeta sobretudo áreas rurais dos Estados Unidos, onde se concentram muitos dos apoiadores de Trump. Pelas contas do governo chinês, no ano passado, as importações chinesas desses produtos, a partir dos EUA, fixaram-se em três bilhões de dólares.
A China assegura que se trata de “medidas legítimas para acompanhar as regras da Organização Mundial de Comercio (OMC) e salvaguardar seus interesses”.
Pequim anunciou a medida depois que o presidente americano firmara no dia 22 de março um memorando para impôr tarifas
alfandegárias a produtos importados oriundos da China até alcançar a cifra de 60 bilhões de dólares por ano.
Após o anúncio de Trump, as autoridades chinesas divulgaram uma série de advertências, e disseram inclusive que responderiam com a mesma moeda para proteger-se da “guerra comercial” desatada por Washington. Não foram ouvidos.
O chanceler chinês asseverou que a “China quer compartilhar suas oportunidades de desenvolvimento com outros sócios, mas essas medidas significarão o fechamento de portas por parte do gigante asiático”.
Desde o início de seu governo, Trump tem adotado medidas polêmicas para cumprir sua promessa de proteger os trabalhadores de seu país frente às importações. Em resposta a atos como o abandono do Tratado de Livre Comercio da América do Norte (TLCAN ou NAFTA, por suas siglas em inglês) ou o recente anúncio de impostos ao aço e ao alumínio procedentes da União Europeia (UE), os países afetados anunciaram represálias e expressaram sua contrariedade.