Nova pesquisa Exame mostra Bolsonaro com ampla rejeição

O “trabalho como presidente” também tem ampla rejeição ou desacordo. Para 49% dos brasileiros, Bolsonaro faz um trabalho ruim ou péssimo no exercício do cargo contra 26% que consideram bom ou ótimo

Pesquisa tornada pública, na última sexta-feira (11), avaliou aprovação do governo federal, as manifestações de 29 de maio e a Copa América. Foram ouvidas 1.252 pessoas, igual ou superior a 16 anos, cuja periodicidade é quinzenal.

Em relação à avaliação do governo Bolsonaro, a rejeição mantém-se resilientemente alta. Para 49% dos brasileiros, o governo dele é ruim ou péssimo. Apenas 26% o avaliam como ótimo ou bom. Considerando a tragédia da pandemia do novo coronavírus, que já matou quase 500 mil brasileiros, o governo tem muito apoio. Subestimar Bolsonaro não é o melhor caminho para os adversários.

Nunca antes na série histórica, medida desde o início do governo, a desaprovação ficou por tanto tempo com percentual próximo dos 50%. Este patamar foi alcançado no dia 25 de março.

Acham o governo regular, 23% dos brasileiros. Isto quer dizer, salvo melhor juízo, que dependendo das atitudes do presidente são potenciais apoiadores entusiastas do governo.

O “trabalho como presidente” também tem ampla rejeição ou desacordo. Para 50% dos brasileiros, Bolsonaro não faz bom trabalho no exercício do cargo. 25% e 23% nem aprovam, nem desaprovam.

MANIFESTAÇÕES

Sobre as manifestações realizadas em 29 de maio contra o governo e o presidente, 52% são favoráveis. A maioria do País discorda de Bolsonaro, mas ele segue resiliente com apoio, segundo a pesquisa, de 30% dos brasileiros; 18% não souberam responder.

“Diante da situação da pandemia no país, você participaria de uma manifestação?”; 19% disseram “sim”; 11% disseram que participariam a favor do governo. Todavia, 48% disseram não participar de manifestações; e outros 22% avaliam que não é hora “de protestar nas ruas, independentemente do foco do protesto”.

Esses 52%, de um lado, que são favoráveis às manifestações “dialogam”, segundo Maurício Moura, da pesquisa Exame/Ideia, e “tem uma relação bastante próxima, com aqueles que avaliam o governo como ruim ou péssimo.” De outro, os 49% contrários às manifestações, ainda segundo Moura, “tem uma relação com aqueles que aprovam positivamente o governo”.

A tendência das manifestações é aumentar a intensidade e volume de pessoas.

COPA AMÉRICA

Sobre a Copa América, 61% entendem que o governo não deveria ter aceitado sediar o evento esportivo; 75% avaliam que sediá-la pode levar à piora da pandemia. Apenas 24% acham que o governo acertou em sediar o evento no Brasil.

“Quanto maior o grau de discordância em relação à realização da Copa América, maior é a rejeição ao governo. Isso mostra um viés político ou, pelo menos, um viés de avaliação de governo em relação ao tema. Obviamente que a maioria não vê benefício na Copa América”, avalia Maurício Moura.

E segue: “Eles acreditam que ao invés de melhorar vai piorar a situação da pandemia. Do mesmo modo, quem está indiferente à realização dos jogos tem um grau de correlação maior com a aprovação do governo federal”.

M. V.