O advogado da família Bolsonaro, Frederick Wassef, esteve no Senado Federal durante o depoimento do deputado Luis Miranda (DEM-DF) e seu irmão, Luis Ricardo, servidor do Ministério da Saúde que denunciou um esquema de corrupção na compra das vacinas Covaxin, à CPI da Pandemia e se escondeu no banheiro feminino quando foi pego.
Quando foi visto pelos corredores, Wasseff estava falando no celular e entrou no banheiro feminino. Ele foi retirado de lá por um segurança do Senado Federal.
À imprensa, o advogado do governo Bolsonaro reclamou da quebra de sigilo bancário que a CPI teria aprovado contra ele. A quebra não aconteceu, como lembrou o relator da CPI, Renan Calheiros (MDB-AL).
“Eu queria sugerir à CPI, ao senhor Renan Calheiros, que a CPI não é mecanismo e não pode ser usada de forma indevida para quebrar os sigilos bancário e fiscal de cidadãos brasileiros. Eu sou advogado do senador Flávio, do presidente, eu tenho a imunidade, tenho as minhas prerrogativas e a CPI está sendo usada com desvio de finalidade e função”, disse Wasseff à imprensa.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) disse que “é importante sabermos o que a Vossa Senhoria veio fazer no Senado, exatamente numa sexta-feira, a essa hora, durante um dos depoimentos mais importantes”.
Foi na casa de Wasseff que a Polícia Federal encontrou e prendeu Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro que organizava o esquema de rachadinha no gabinete.
O deputado Luis Miranda, que apoia o governo Bolsonaro, depôs à CPI por ter denunciado a Jair Bolsonaro um esquema de corrupção dentro do Ministério da Saúde do qual tomou conhecimento. Bolsonaro prevaricou e abafou a denúncia.
Seu irmão, o servidor concursado Ministério da Saúde, Luis Miranda, foi pressionado por seus superiores, indicados pelo governo Bolsonaro, para que assinasse um recibo irregular da compra da vacina Covaxin. O recibo previa a entrega de 300 mil doses, ao invés das 4 milhões contratadas, e o pagamento a uma empresa que não citada no contrato, que é sediada em um paraíso fiscal.
Os senadores do governo que participam da CPI estavam tentando intimidar Luis Miranda durante seu depoimento para que não falasse nada que prejudicasse Bolsonaro.
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), interrompeu o depoimento diversas vezes e gritou durante a reunião.
O senador Marcos Rogério (DEM-RO) chegou a dizer que sabia da “motivação” do deputado para estar denunciando o governo Bolsonaro. Questionado sobre qual seria essa motivação, Marcos Rogério ficou calado.
Mesmo assim, o depoimento dos irmãos Miranda foi devastador contra o governo Bolsonaro. O deputado Luis Miranda admitiu que Jair Bolsonaro falou, quando foi informado sobre o esquema de corrupção, que aquilo era coisa do deputado Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara.
Ricardo Barros já foi acusado pelo Ministério Público Federal (MPF) de ter cometido, quando era ministro da Saúde do governo Temer, improbidade administrativa, por ter favorecido ilegalmente a Global Saúde. A Global é sócia da Precisa Medicamentos, empresa que intermediou a importação das doses da Covaxin.
Além disso, Ricardo Barros foi quem apresentou uma emenda que permitiu a compra da Covaxin.
vejam só a laia e grau de periculosidade dos bandidos que 57 milhões de eleitores colocaram no governo, juntos com bolsonalha e seu cla.