“É fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo desses empréstimos de forma rápida”, Carlos Melles, presidente do Sebrae
A reabertura da atividade econômica e a diminuição das restrições promovidas pelos governos estaduais e municipais para conter o avanço da pandemia da Covid-19 e evitar a morte de milhares de brasileiros não foram suficientes para as perdas no faturamento das pequenas empresas. Cerca de 79% dos pequenos negócios continuam na mesma situação verificada em janeiro deste ano. O pior índice desde julho de 2020, segundo pesquisa do Sebrae.
O atraso na vacinação para toda a população e nas medidas de apoio às micro e pequenas empresas, como o Pronampe, que só foi renovado após decisão do Congresso Nacional, são apontados como fundamentais para que as empresas possam enfrentar a crise sanitária que, após mais de um ano, recrudesceu e já matou mais de meio milhão de brasileiros.
“A pesquisa nos permite perceber que apenas a autorização para reabertura das empresas não é fator suficiente para influenciar de forma positiva o faturamento desses negócios. Por isso é fundamental que a vacinação seja acelerada e que sejam criadas novas políticas que amparem os empreendedores, ampliem o acesso ao crédito e reduzam o custo desses empréstimos de forma rápida”, defende o presidente do Sebrae, Carlos Melles.
De acordo com Melles, até 9,5 milhões de pequenos negócios podem ter retomado o nível equivalente ao registrado antes da pandemia da Covid-19 até 1 de setembro de 2019, o que representa cerca de 54% do universo de microempreendedores individuais e micro e pequenas empresas brasileiras.
“Vacina é sinal de retomada, sinal de desenvolvimento”, disse Carlos Melles, na sexta-feira (25), ao destacar os resultados da 11ª edição da pesquisa “O Impacto da pandemia do coronavírus nos Pequenos Negócios”, realizada pelo Sebrae com a Fundação Getulio Vargas (FGV), a partir de dados da Fiocruz e do Ministério da Saúde.
Segundo a pesquisa, as empresas que retomaram o faturamento são de setores relativamente menos impactados pela pandemia, como o comércio de alimentos, logística, negócios pet, oficinas e peças, construção, indústria de base tecnológica, educação, saúde e bem-estar e serviços empresariais.
Na média, as pequenas empresas estão faturando 43% menos do que o registrado antes da pandemia, o pior resultado desde julho do ano passado (45%).
Segundo Carlos Melles, em maio, pelo segundo mês consecutivo, as micro e pequenas empresas demonstraram um sinal de recuperação, após uma forte queda de confiança em março.
De acordo com o levantamento, o número de empresas que atuam em locais com restrição caiu de 54%, em fevereiro (2020), para 32%, em maio, e a quantidade de pequenos negócios operando (com ou sem mudança) se manteve estável em 80%, nesse mesmo período.
“Todo esse cenário tem feito com que 56% dos entrevistados estejam aflitos e preocupados com o futuro das suas empresas, já que para 75% deles a empresa é a principal fonte de renda da família”, observou o presidente do Sebrae.
A pesquisa entrevistou 7.820 microempreendedores individuais (MEI) e donos de pequenos negócios entre os dias 25 de maio e 1º de junho, em todos os estados e no Distrito Federal, por meio de formulário online. O erro amostral é de 1% para mais ou para menos para os resultados nacionais. O intervalo de confiança é de 95%.
Com informações do Correio Braziliense