Concentração para ato contra o governo começou no Museu Nacional da República, às 16h. Participantes pediram impeachment do presidente da República e cobraram mais vacinas contra Covid-19 e “comida no prato”
Manifestantes realizaram protesto, neste sábado (3), contra o presidente Jair Bolsonaro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. O ato faz parte de movimento nacional que defende o impeachment do chefe do Executivo federal e cobra por mais vacinas contra a Covid-19, auxílio emergencial de R$ 600, entre outras bandeiras relevantes.
O presidente nacional do Cidadania, Roberto Freire participou da manifestação em Brasília: “Mais um instante na manifestação em Brasília com minha pequena faixa pelo IMPEACHMENT DE BOLSONARO”, tuítou Freire.
As suspeitas de prevaricação por parte de Bolsonaro, que não deu sequência às denúncias de corrupção na compra de vacinas Contra Covid-19 e privatização de estatais, como a Eletrobrás, também ganharam destaque nos protestos.
Os manifestantes iniciaram a concentração às 16 horas, em frente ao Museu Nacional da República, na Esplanada dos Ministérios. Por volta das 17h30, começaram caminhada até o Congresso Nacional, localizado a dois quilômetros do Museu.
REVOLTA
A dentista Mara Cristina Simoneto, de 40 anos, foi à manifestação com uma foto do marido, Tiago Rolim. Ele era professor e morreu em abril, aos 42 anos, vítima da Covid. Deixou dois filhos de 5 e 8 anos. O cartaz da família dizia: “Tiago estaria vivo com a vacina, mas escolheram a propina”.
“O sentimento é de revolta, porque ele teria se vacinado e porque Bolsonaro segue debochando das pessoas que morreram”, afirmou Dra. Mara Cristina. Ela tomou a vacina porque é profissional de saúde, mas disse que ainda é preciso acelerar a vacinação.
Foram ocupadas todas as faixas em direção à Praça dos Três Poderes, onde estão localizados o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo; o Congresso Nacional; e o STF (Supremo Tribunal Federal), que representa o Poder Judiciário.
CAMPANHA NACIONAL FORA, BOLSONARO
Os atos fazem parte da “Campanha Nacional Fora, Bolsonaro”, que é organizada por movimentos populares, entidades, coletivos, partidos de oposição e sindicatos.
As manifestações ocorrem na semana em que a oposição e ex-aliados protocolaram um pedido ampliado de impeachment na Câmara dos Deputados.
Os protestos são uma sequência aos atos de 29 de maio e 19 de junho, que têm demonstrado a enorme insatisfação popular com o governo federal. O desgaste de Bolsonaro provocado por denúncias de corrupção e propina na compra de vacinas provocou ainda mais a convocação da manifestação deste sábado.
MAIS DE 360 ATOS
As manifestações contra Bolsonaro e a favor da vacina ocorreram nas cinco regiões do País, em centenas de atos espalhados pelo Brasil.
Houve registros de atos em cidades do interior do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, do Maranhão e em Belém (PA). De acordo com a coordenação da “Campanha Nacional Fora, Bolsonaro”, aproximadamente 360 cidades estavam com atos agendados para este sábado.
MÃOS SUJAS DE SANGUE
Participantes posicionaram boneco inflável que retrata Bolsonaro com as mãos sujas de sangue. Muitos manifestantes usavam máscaras de proteção, mas havia pontos de aglomerações.
Os manifestantes também carregavam cartazes escritos “Fora Bolsonaro” e “Somos a favor da democracia”.
A Polícia Militar fez a segurança no local. O ato foi pacífico, sem registro de ocorrências de violência ou quaisquer transgressões que provocassem intervenção da PM.
ATO NACIONAL
A manifestação, que é nacional, havia sido convocada para dia 24 de julho, mas foi antecipada após denúncias de corrupção e propina na compra de vacinas durante a gestão de Bolsonaro.
A entrega do pedido de impeachment”, assinado por entidades e partidos, também influenciou na antecipação da manifestação.
Essa foi a terceira manifestação contra o governo do presidente Jair Bolsonaro. A tendência é aumentar tanto em quantidade, quanto em volume as manifestações.
M. V.