Com a disparada dos preços, os itens essenciais estão consumindo quase toda a renda das famílias de classe mais baixa. Inflação alta, desemprego e arrocho na renda são as causas do problema, identificado por pesquisa da Tendências Consultoria a partir da coleta de custos de itens essenciais – como aluguel, gás de cozinha, energia elétrica, alimentos e transporte.
De acordo com o estudo, os recursos disponíveis para consumo, ou seja, o dinheiro que sobra depois das despesas básicas, encolheu 17,7% para as famílias enquadradas nas classes D e E nos primeiros meses de 2021.
“O impacto negativo no consumo é direto, já que a renda dos mais pobres vai toda para o consumo. Houve enxugamento das transferências sociais, e a retomada do mercado de trabalho está muito gradual”, disse Lucas Assis, economista da consultoria ao jornal O Globo. A redução do consumo afeta a economia como um todo e aprofunda a crise econômica.
Nas duas classes, estão concentradas quase 55% das famílias brasileiras, cuja renda mensal é de até R$ 2.700 considernando todos os membros.
A inflação oficial do país cresceu 8,06% nos últimos 12 meses, mas o preço de alguns itens básicos aumentou quase dez vezes mais do que a média.
É o caso do óleo de soja, que subiu mais de 86%. A inflação do arroz é se 51,83% até junho, enquanto do feijão preto, de 31,26%.
“Quanto menor o salário, maior o gasto com comida. Se sobe muito o preço, aquela família que tem renda muito baixa não compra outra coisa que não comida”, concorda André Braz, coordenador das pesquisas de preço da Fundação Getulio Vargas (FGV), entrevistado também para reportagem do O Globo.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) coordena estudo mensal sobre a disparidade da inflação entre os mais ricos e os mais pobres. Uma projeção do instituto mostra que a inflação entre os que têm renda familiar abaixo de R$ 1.650 foi de 9% entre março de 2020 e maio deste ano. Entre aqueles com renda acima de R$ 16.509,66, o índice cai a 5,2%.
Apesar de a alta de preços estar ancorada nos itens básicos que passam pela regulação e administração do Estado, nada fez o governo para reduzir a inflação. É o caso dos alimentos, em disparada desde meados do ano passado pela escolha de privilegiar as exportações.
bolsonaro quer se reeleger para acabar com a “pobraiada”. aumentando o gas, os generos de primeira necessidade, luz, etc, e então virá o fim.