Ao longo do ano, número de beneficiários do auxílio emergencial caiu de 39,1 milhões em abril para 37,1 milhões em junho
O governo Bolsonaro, ao contrário de ampliar o auxílio emergencial para os milhões de brasileiros que estão sem emprego ou vivendo de “bico”, continua reduzindo o número de beneficiários. Segundo o Ministério da Cidadania, 1.157.856 benefícios foram bloqueados ou cancelados no mês de junho.
A terceira etapa do auxílio emergencial foi retomada em abril, após pressão depois de três meses do programa ser encerrado em dezembro de 2020, quando milhões de brasileiros ficaram desamparados no auge da pandemia.
Com o encerramento em 30 de julho, Bolsonaro, mais uma vez pressionado, anunciou uma nova rodada por mais três meses, a partir de agosto, mas não serão contemplados novos beneficiados, ainda que o desemprego tenho batido recorde e cresce o número de brasileiros na miséria. Vão continuar sem receber, por exemplo, os cerca de 1,2 milhão de brasileiros, comprovadamente pobres, que se encontram na fila do Programa Bolsa Família e não recebem nem o Bolsa Família nem o auxílio emergencial.
Segundo o governo federal, em 2021 foram contemplados cerca de 39 milhões de famílias no auxílio emergencial, quando a previsão inicial era a de atender 45,6 milhões de brasileiros, um número bem menor do que os cerca de 68 milhões de pessoas atendidas em 2020 e com um valor também bastante reduzido, que varia entre R$ 150 e R$ 375. Para a família que recebe R$ 250, não paga nem metade de uma cesta básica calculada pelo Dieese, que custa em média R$ 630, ou a cesta da Associação Brasileira de Supermercados, que ultrapassa R$ 650.
Em abril, receberam o auxílio 39,1 milhões de brasileiros, em maio 38,3 milhões e em junho 37,1 milhões.
Pelas regras atuais, o benefício será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo.
O governo alegou “indícios de irregularidades” e “revisão mensal” para cancelar ou bloquear 1,1 milhão de benefícios. Do total cancelado em junho, foram “660.744 bloqueios em decorrência de indicativos de indícios de irregularidades apontados pela Controladoria-Geral da União (CGU) e 497.092 cancelamentos em função da revisão mensal”, segundo informou o ministério ao G1.