Governo paulista determinou retorno do trabalho presencial dos servidores após avanço da imunização
O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (14) que o avanço da vacinação fez com que a mortalidade por Covid-19 no estado caísse 46% entre os meses de março e julho. Segundo o governador João Doria, a proporção dos pacientes que morriam após serem internados era de 31% em março. Agora, é de 19%.
“É resultado dos altos índices de cobertura vacinal. Vacinar, vacinar e vacinar é a melhor forma de preservar vidas. E foi o que aconteceu. E principalmente entre os idosos acima de 70 anos, que já tomaram a primeira e a segunda dose da vacina, 80%, com duas doses tomou a vacina do Butantan”, declarou Doria em coletiva de imprensa realizada na manhã desta quarta-feira (14) para atualizar as ações da administração no combate à pandemia.
Junho registrou a taxa de letalidade mais baixa do ano entre os hospitalizados: 19%, com 7.004 pacientes que faleceram mesmo recebendo assistência devido à gravidade clínica. Este número é três vezes menor que o registrado em março, quando a taxa foi a mais alta do semestre – de 35%, equivalente a 23.427 mortes entre os internados.
Os números divulgados na segunda-feira (12) pela administração estadual apontavam que 7.974 pessoas estavam sendo assistidas por leitos desse tipo. O número reforça a tendência de queda, visto que há uma semana havia baixado da marca de 9 mil internados.
A demanda por leitos clínicos também reduziu em todo o estado, à medida em que a vacinação contra a Covid-19 avança. Na segunda-feira, a taxa de ocupação de leitos de UTI Covid-19 era de 66,2% e na Grande São Paulo era de 60,9%.
Os números, considerados “robustos”, são motivo de confiança pela equipe de combate à pandemia no estado. “São quatro semanas consecutivas em queda, em níveis próximos ao início de março”, afirmou o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.
Temos redução nas nossas internações tanto nas UTIs como também nas nossas enfermarias. estamos internando pessoas com quadros menos graves e, com isso, fazendo com que esse impacto no número de internações seja reduzido”, disse o secretário.
Durante o anúncio, Doria afirmou ainda que, amanhã, serão entregues mais 200 mil doses de vacinas produzidas pelo Instituto Butantan. Com as 800 mil entregues na manhã de hoje, o lote final será de um milhão de doses. A partir de agora, o laboratório fará entregas às segundas, quartas e sextas.
“Até o final de agosto, vamos entregar 100 milhões de doses da vacina do Butantan para a vacinação no Brasil. E aí, completamos (o contrato) 30 dias antes do prazo previsto”, afirmou Doria.
BOLSA DO POVO
Durante a coletiva, Doria anunciou o início das inscrições para o programa Bolsa do Povo Educação. A iniciativa irá contratar 20 mil responsáveis de alunos da rede estadual de ensino para prestar apoio geral às escolas, com um benefício mensal de R$ 500 por mês durante seis meses.
Os responsáveis irão atuar principalmente no acompanhamento de protocolos sanitários, garantindo o retorno presencial seguro para estudantes e funcionários.
“O Bolsa do Povo Educação é mais um programa da Rede de Proteção Social do Governo do Estado de São Paulo, que já beneficia hoje 2 milhões de pessoas em situação de alta vulnerabilidade”, disse Doria.
As inscrições acontecem de 19 a 31 de julho e podem ser feitas pelo site https://www.bolsadopovo.sp.gov.br/. A medida faz parte de uma série de anúncios do Governo do Estado para o enfrentamento das condições adversas geradas por conta da pandemia do coronavírus.
O Bolsa do Povo Educação tem como principal objetivo auxiliar as famílias a superar os desafios educacionais e financeiros provocados pela pandemia e ampliar o envolvimento de toda a comunidade escolar, reforçando vínculos entre alunos, professores e servidores da Educação e gerando novos postos de ocupação.
Com a medida, o Governo de São Paulo vai proporcionar novas ocupações, ampliar a qualificação profissional, gerar renda para parte da população desempregada e aumentar as equipes escolares, mobilizando mais pessoas em prol da Educação.
“O programa é uma medida muito importante, tanto para as escolas quanto para as famílias que mais precisam. Temos trabalhado muito no Governo de São Paulo para apoiar a todos, na área social, inclusive na alimentação escolar, servindo marmitas para os alunos”, afirmou Rossieli Soares, Secretário Estadual da Educação.
Retorno ao trabalho presencial
Ainda, na mesma coletiva, Doria determinou o retorno ao trabalho presencial de todos os servidores públicos do estado de São Paulo, com exceção dos funcionários que tenham comorbidades e ainda não estiverem imunizados contra a Covid-19.
Os funcionários públicos estavam trabalhando em esquema de home office desde 15 de março de 2020 por causa da pandemia.
Na coletiva, Doria afirmou que os protocolos sanitários deverão ser respeitados no retorno às atividades presenciais, como uso de álcool em gel, medição de temperatura e uso de máscara de proteção, e que São Paulo está “dando exemplo”.
“De fato nós suspendemos o home office (…). Vamos voltar ao trabalho. Vamos ter uma redução acentuada do número de casos então o Governo do Estado de São Paulo está dando um exemplo para que aqui os seus servidores possam voltar ao trabalho presencial resguardadas os devidos cuidados, mas com a indicação clara da queda do número de casos, da queda de internações e de óbitos. Isso nos permite tomar essa decisão em absoluta segurança”, disse.
De acordo com o governador, a decisão vale para todos que estejam em condições físicas adequadas, mesmo os que ainda não tomaram a vacina contra a Covid-19.
“Os que não tomaram a vacina deverão apresentar a sua testagem e entrar dentro do programa de vacinação que está acelerado até o dia 20 de agosto a todos os brasileiros que residem em São Paulo em território paulista e até mesmo os estrangeiros. [Até 20 de agosto] já terão recebido pelo menos uma dose da vacina e completaram o seu processo vacinal gradualmente. A vida está retornando a normalidade e nós estamos confiantes”, afirmou.
De acordo com uma nota divulgada pelo governo estadual nesta quarta-feira (14), as secretarias estão publicando no Diário Oficial do Estado resoluções com essa determinação, com exceção das secretarias em que o trabalho remoto está devidamente regulamentado.
A medida vale para funcionários da administração pública direta e autárquica. Nos primeiros cinco meses de trabalho remoto, o Brasil economizou R$ 1 bilhão, de acordo com o governo federal.
Os fatores de risco que podem impedir um funcionário de retornar ao trabalho presencial são definidos pelo Centro de Vigilância Sanitária da Secretaria da Saúde. Estes funcionários serão mantidos em jornada remota de trabalho, ou à disposição da Administração, até que completem o esquema vacinal.
Na semana passada, o governo estadual já tinha anunciado que os profissionais da Educação em home office devem retornar ao trabalho presencial integralmente após a imunização contra a Covid-19.
A resolução da Secretaria da Educação publicada no Diário Oficial estabelece a volta com 14 dias da segunda dose ou dose única.
As escolas públicas e privadas do estado da educação básica poderão retomar as aulas com até 100% da capacidade a partir de agosto, respeitando o distanciamento de um metro entre os estudantes.
Já a retomada das aulas presenciais nas universidades do estado e nas escolas de ensino técnico acontecerão a partir de 2 de agosto.