
Os trabalhadores da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) inciaram uma paralisação na manhã desta quinta-feira (15), em São Paulo.
De acordo com Sindicato dos Ferroviários, a greve foi aprovada devido à insatisfação da categoria “diante da total falta de respeito da direção da CPTM e do governo do estado ao encerrar as negociações do Acordo Coletivo 2021/22, sem proposta de reajuste salarial, pelo segundo ano consecutivo.”
Os trabalhadores também denunciam o descumprimento do Acordo de Participação nos Resultados, que previa ainda duas parcelas que não foram pagas aos funcionários.
Na quarta-feira, 14, uma audiência de negociação no Tribunal Regional do Trabalho (TRT) terminou sem acordo, após a recusa da empresa em apresentar uma proposta aos funcionários. Além do Sindicato dos Ferroviários, os funcionários da empresa também foram representados pelo Sindicato dos Ferroviários da Zona Sorocabana.
As entidades afirmam que estão em negociação por mais de dois meses, sem avanço em relação ao reajuste salarial. “Durante toda a pandemia, os ferroviários continuaram trabalhando, se dedicando, garantindo um transporte de qualidade para os profissionais da saúde, da educação, da segurança pública, entre outros. Nós tivemos, inclusive, que entrar na Justiça para garantir o fornecimento de máscaras e álcool em gel. A empresa não respeita os ferroviários”, afirmou José Claudinei Messias, que representa os ferroviários da Sorocabana.
A greve afetou 4 linhas da CPTM (Rubi, Diamante, Esmeralda e Turquesa), causando tumulto na estação Francisco Morato, da Linha 7, Rubi. Com a aglomeração de passageiros, a Polícia Militar foi acionada e utilizou de bombas de efeito moral e spray pimenta para dispersar a população.

Também houve tumulto na estação Grajaú, na Linha 9-Esmeralda, onde houve aglomeração de passageiros sem transporte, afetando também a circulação de ônibus nas imediações do terminal.
“Lamentavelmente a responsabilidade por essa greve é da CPTM e do Governo do Estado. Os ferroviários como categoria essencial têm trabalhado e vem trabalhando em toda a pandemia. Tivemos muitos contaminados, vários óbitos e estamos sem reajuste salarial desde o ano passado. Em agosto de 2020, nós assinamos um PPR para aquele exercício para pagamento em duas parcelas agora em março e junho de 2021 e a CPTM simplesmente não honrou o acordo assinado com os trabalhadores. Na data base já de 2021 da nova negociação coletiva, depois de exaustivas reuniões, a data base é março, estamos em julho e agora no dia 29 de junho, a CPTM envia um ofício ao sindicato simplesmente encerrando as negociações e propondo reajuste zero para essa data base. Então infelizmente os trabalhadores chegaram ao limite e o único recurso que nós temos que é constitucional é o direito de greve, infelizmente”, disse o presidente do Sindicato dos Ferroviários de São Paulo, Eluiz Alves de Matos, ao portal Diário do Transporte.