O consumo de carne bovina pelos brasileiros chegou ao menor nível em 12 anos. O dado é da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), divulgado pelo portal Poder360.
A queda, que vem se acentuando há 4 anos, chegou a 5% no ano passado e, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em 2021 o consumo de carne por pessoa será o menor em 25 anos.
A substituição da carne bovina na mesa das famílias se dá em meio ao desemprego recorde, energia elétrica e gás de cozinha com preços nas alturas, a miséria batendo à porta de mais de 4 milhões de brasileiros e, claro, o alto preço da carne.
Com isso, o consumo de ovos aumentou 9% e do frango, 7%, embora estes alimentos também não vão demorar muito a rarear entre os consumidores.
Segundo o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin, o preço de proteínas como frango, carne bovina, carne suína e ovos, que em 2020 tiveram aumento de 17%, 16,2%, 29,5% e 11,4% respectivamente, seguirá em alta ao longo deste ano.
A alta nos preços das proteínas animais é consequência do total descaso do Governo Federal com a segurança alimentar da população, quando, alheio à crise sanitária e à pobreza que assola o país, continua favorecendo as exportações em detrimento do mercado interno, e não move uma palha para garantir os insumos necessários ao setor, como o milho e o farelo de soja, atrelados aos preços internacionais das commodities, que vão todos para fora do país, e nem para barrar a sanha por lucros cada vez maiores do agronegócio.
O Brasil tem o maior rebanho bovino do mundo e é o maior vendedor individual de carne bovina do planeta, enquanto os brasileiros, especialmente os mais pobres, estão virando vegetarianos à força.