Milhares de colombianos voltaram às ruas contra o governo de Iván Duque, na terça-feira (20)
Os protestos se deram no momento em que o novo Parlamento tomava posse, em Bogotá, capital onde os principais porta-vozes dos protestos apresentarão suas reivindicações.
O Comitê Nacional de Paralisação, CNP, formado por sindicatos, estudantes, indígenas e outras organizações sociais, havia suspendido as mobilizações no dia 15 de junho. Agora ocorre a volta às ruas no Dia da Independência da Colômbia com o objetivo de levar suas exigências à Assembleia Legislativa. “As nossas reivindicações serão apresentadas ao Congresso porque o governo não quis negociar”, assinalou Francisco Maltés, presidente da Central Unitária de Trabalhadores (CUT).
As propostas que o Comitê deve discutir com os parlamentares logo no início das sessões ordinárias são: renda básica de US$ 261 por sete meses para dez milhões de pessoas, ensino superior público gratuito universal, fortalecimento da rede pública de saúde, apoio à reativação econômica das Pequenas e Médias Empresas e do setor agropecuário, entre outras medidas. O CNP também pediu ao governo “garantias de segurança” para os manifestantes.
Outras mobilizações pacíficas foram realizadas em Cali, Medellín, Popayán, Cartagena e Bucaramanga. Cerca de 200 marchas foram registradas.
A um ano do fim de seu mandato e com um nível de impopularidade de 76%, o presidente Duque renunciou aos pontos mais polêmicos da anterior reforma tributária, e propôs arrecadar 3,9 bilhões de dólares, uma redução substancial em relação à iniciativa de US$ 6,3 bilhões que jogava o custo dos encargos sobre os setores mais vulneráveis da sociedade o que desencadeou a revolta popular em 28 de abril, sob uma repressão que custou muitas vidas e deixou inúmeros feridos.
Com 42,5% da população em situação de pobreza, 3,6 milhões em pobreza extrema e mais de 15% de desempregados, segundo o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (DANE), os colombianos não pretendem parar de se mobilizar, afirmou Francisco Maltés.
O dirigente sindical relatou que os integrantes do CNP estão trabalhando com 17 universidades do país, em espaços de formação social, para a construção de nove projetos de lei, que apresentarão nos próximos dias.