Pela quarta vez no último período, milhares de manifestantes se reuniram na Avenida Paulista contra o governo federal e pediram o impeachment de Jair Bolsonaro, neste sábado, 24 de julho. Além de São Paulo, o povo foi às ruas de centenas de cidades de todo o país. O dia de protestos foi marcado por atos pacíficos em todos os cantos do país.
O povo nas ruas exige o impeachment, o aumento da velocidade da vacinação contra a Covid-19 e rechaça a política assassina e corrupta do governo Bolsonaro na pandemia, que se iniciou em março de 2020 e já matou quase 550 mil brasileiros.
O protesto, organizado por entidades estudantis, movimentos sociais, partidos políticos e com a presença de todas as centrais sindicais do país, foi composto por blocos que se estenderam por toda a Avenida Paulista. Com concentrações no MASP, na FIESP e no Conjunto Nacional. Depois a manifestação seguiu em direção ao centro da cidade, na Praça da República, percorrendo toda a Avenida Paulista e descendo a Rua da Consolação.
Assim como já havia acontecido na última manifestação, no protesto de hoje, partidos como PSB, PT, PCdoB, PSDB, PDT, Cidadania, Solidariedade, PSol, Rede, PV, participaram da manifestação.
Durante o protesto, os manifestantes usaram máscaras e a maioria respeitou o distanciamento social recomendado pelas autoridades da saúde. Em alguns momentos, porém, houve aglomeração, mas sendo dissipada pelos próprios participantes.
A Avenida Paulista foi tomada com bandeiras, cartazes e faixas, em que os manifestantes criticaram a conduta de Bolsonaro no combate à pandemia. Além disso, pediam investimentos na geração de emprego, defendiam dos serviços públicos, principalmente o Sistema Único de Saúde e denunciavam seus parentes que perderam a vida para a Covid-19 porque Bolsonaro se recusou a comprar vacinas com antecedência e evitar milhares de mortes.
Nesta manifestação, foi formado o bloco dos Correios, organizado pelo sindicato dos trabalhadores da estatal que está ameaçada de privatização pelo governo Bolsonaro. O grupo era grande e ganhou destaque no protesto exigindo que o governo não entregue a empresa para a iniciativa privada.
Ricardo Peixe, do Sindicato dos Trabalhadores da Empresa Brasileira dos Correios de São Paulo, denunciou que a privatização da estatal causará o aumento das tarifas para envio de encomendas e correspondências. “Se os Correios forem privatizados, 5.570 municípios onde chegam os Correios, quem vai chegar vai ser a iniciativa privada. E com certeza vai ficar mais caro para o pessoal da periferia e para os lugares mais longínquos do país. E com certeza os Correios não vai mais chegar nesses lugares longínquos. A iniciativa privada só quer o filé mignon que é as capitais, a privatização dos Correios vai prejudicar a população e os trabalhadores”.
“Estamos neste ato aqui no dia 24 para a gente dizer fora Bolsonaro e protestar também contra a privatização dos Correios, porque infelizmente através da PL 591, que é um projeto de lei que entrega os Correios para a iniciativa privada. Arthur Lira quer colocar o projeto de lei para o mês de agosto, para ser sequenciado na Câmara dos Deputados. Então nós estamos aqui para esse ato que simboliza não só a questão da luta contra a privatização, trouxemos bastante trabalhadores dos Correios para simbolizar isso também, mas também protestar com o Fora Bolsonaro”, destacou Peixe.
Nosso jogo é o da amplitude
O diretor da União Municipal dos Estudantes Secundaristas de São Paulo (UMES), Lucca Gidra, se mostrou animado com o aumento da participação de novos setores da sociedade nos atos. “Na última manifestação, lançamos o Bloco Democrático com o intuito de abrir esse espaço. Trazer cada vez mais gente que tenha esse objetivo comum, o de derrotar Bolsonaro, para os protestos”, disse o estudante.
Segundo Lucca, enquanto Bolsonaro joga para dividir o povo, “nós temos que jogar com a união do nosso país”. “Nós só vamos conseguir derrotar o Bolsonaro unindo o Brasil, fazendo exatamente o inverso do que ele quer”, ressaltou.
“Na luta contra Bolsonaro existem dois lados bem claros, o lado de quem está a favor do governo e da política de morte e o lado de quem está a favor da vida e da democracia. Todo mundo que joga contra a amplitude faz o jogo de Bolsonaro. São poucos os que fazem isso, mas que acaba reverberando”, explicou Gidra.
Vamos intensificar as manifestações
A nova presidenta da UNE, Bruna Brelaz, ressaltou que somente a mobilização da rua pode derrotar a política de Bolsonaro.
“Eu acredito que a mobilização de rua que a gente vem construindo é em todo esse período, são mais de quatro mobilizações de rua em menos de dois meses, em que o povo mostra sua indignação diante da fome, diante do desemprego, diante dos cortes na educação e isso vem se alastrando cada vez mais em nosso povo. A gente chegou no limite. Então, por isso, nesse próximo período a gente deve intensificar as mobilizações, esse é o papel que a gente vai cumprir. Nas ruas e pelo Fora Bolsonaro”, disse.
A presidenta da UNE reforçou a necessidade de dar amplitude aos atos unindo “toda e qualquer pessoa que seja fora Bolsonaro, pra que a gente garanta a participação plena e democrática em todos os atos e manifestações que a gente construir daqui pra frente”.
Aqui estão patriotas
Rozana Barroso, presidenta da UBES, agradeceu à presença dos “patriotas de verdade” na manifestação e denunciou os cortes de Bolsonaro à Educação e aos Institutos Federais de Ensino.
“Os que usam verde e amarelo e que também defendem a Educação, que tenhamos comida na mesa do nosso povo. A UBES é a entidade que historicamente sempre esteve na rua para defender o Brasil. É a entidade que organiza mais de 40 milhões de estudantes de todo o país. Nós vamos dar um recado para Bolsonaro hoje: Não vai ter corte nos Institutos Federais. Não vamos tolerar a fome no meio dos estudantes. Porque nós não vamos aceitar que os nossos sonhos sejam atingidos, sejam atacados por esse governo genocida”, disse.
Devemos denunciar os crimes de Bolsonaro
O ex-prefeito da capital paulista e ex-candidato à Presidência, Fernando Haddad (PT), destacou a necessidade de combater Bolsonaro e denunciar os seus crimes. “A gente tem que ter a ideia de que esse movimento tem que crescer daqui até o dia em que Bolsonaro deixar a presidência. A pessoa que ameaça os direitos civis, políticos e sociais praticamente toda semana, cometendo crimes, que já são de conhecimento público, precisamos combater isso”, disse Haddad.
O petista avalia que nos próximos dias, com o avanço da vacinação entre os jovens, os atos serão ainda mais massivos. “Eu acredito que sobretudo, com a volta às aulas, quando houver segurança e a juventude começar a ser vacinada, o que acontece só semana que vem, a partir da semana que vem, com jovens brasileiros vão começar a se vacinar, esse movimento começará a ter um volume extraordinário”, destacou.
Protesto mais diverso
O deputado federal Orlando Silva (PCdoB), avaliou que o ato da Avenida Paulista está “mais diversificada e com mais gente” e que o desafio agora é aumentar a amplitude dos protestos contra Bolsonaro.
“Estou percebendo que a manifestação está ganhando alguns contornos interessantes, está mais verde e amarela, está mais diversificada e mais gente, que não veio nas anteriores, que veio nessa. E nosso desafio nessa é aumentar a manifestação, aumentar a diversidade de forças políticas, não vamos ignorar nenhuma força política que queira se somar a manifestação. O bloco contra o Bolsonaro tem que caber todo mundo. Nosso ato é em defesa da democracia, precisamos defender a democracia no país que o Bolsonaro é presidente, ele não tem nenhum apreço a democracia e nós temos que nos manifestar para defender a democracia”, ressaltou Orlando.
O parlamentar considerou ainda que mesmo que movimentos como o MBL e o Vem Pra Rua convoquem outros protestos é preciso criar um ambiente para unificar os atos. “Os atos do MBL e Vem pra Rua são positivos. Eu, por exemplo, fui convidado para participar do ato no dia 12 de setembro e pretendo participar. Eu creio que é muito importante que a gente vá criando um ambiente, vá criando o clima pra equacionar todos”, disse.
“Daqui a pouco vamos sempre nos encontrar na rua. Quem for contra o Bolsonaro tem que estar lado a lado pra interromper este governo entreguista que está destruindo direito do nosso povo e ameaça a democracia”, destacou o deputado.
Nossa bandeira é o Fora Bolsonaro
O presidente do partido Cidadania da capital paulista, Carlos Eduardo, ressaltou que a bandeira que deve haver nas manifestações é a do Fora Bolsonaro. Ele rejeitou as tentativas de agressões realizadas por militantes do PCO no dia 3 de julho e relembrou que ações como essa são realizadas por “segmentos que não compreendem a necessidade de amplitude”. “Eles isolam o movimento e isso favorece o inimigo”, destacou.
“Nossa bandeira precisa se chamar Fora Bolsonaro. Todo mundo que tiver nessa bandeira, independente de cor, de partido, mas que está nisso pela vida, pela vacina e Fora Bolsonaro é o que importa. Esses movimentos só criam confusão na população e isolam o movimento. E esses grupos radicais tanto de um lado, como foi o PCO, agem igual ao Bolsonaro, sempre vão fazer provocações. Nós precisamos pensar que isso não ajuda. Nós temos que distensionar isso e fazer um bloco democrático amplo, unitário, com todo mundo, com todos que estão aqui na avenida, buscando uma coisa só, o Fora Bolsonaro”, defendeu.
“Eu acho que aí do dia 3 pra cá nós começamos um uma ampliação, que está sendo exitosa, ela está tendo muitas adesões por uma visão ampla do fora Bolsonaro, incorporando partidos, como o PV, vindo mais, o PSB que já estava na última o PDT, o Solidariedade. O manifesto que nós fizemos, foi também muito unitário e eu acho que cada vez mais nós vamos ampliar. Eu acho que podemos criar aqui no ato presença de pessoas que vão dar essa cara da amplitude, esse bloco veio pra ficar. Essa amplitude é que vai derrubar o Bolsonaro”, comemorou.
Estamos na rua para defender a vida
Carolini Gonçalves presidente do núcleo religioso do Partido Social Democrata Brasileiro (PSDB), que representou o partido no ato, destacou que “não faz sentido, quando o país está em colapso, quando a democracia está muito desestabilizada, está sofrendo ataques diários, o PSDB não vir pra rua. É o nosso DNA, nós surgimos na luta pela democracia”.
Para Carolini, estar nas ruas neste momento “é mais que a nossa ideologia, é proteger a vida da população contra o Bolsonaro, isso também força novas instâncias dentro do PSDB a se posicionar”.
“Nós estamos unidos na rua com um único proposto agora, derrubar o Bolsonaro que está matando seu povo, que está deixando o povo passar fome”.
Para Carolini é fundamental a ampliação da luta contra Bolsonaro. “A rua é de todo mundo e é aquela máxima, ‘se o povo se unir, Bolsonaro vai cair’. Você não vai tirar o Bolsonaro só com os votos da esquerda, não vamos conseguir tirar o Bolsonaro com 150 votos no Congresso. Precisamos da maioria, então a Frente Ampla precisa ir pras ruas. Não interessa se é de esquerda, se é de direita, se é liberal, se não é nada. Se todo mundo se unir, se os deputados virem a força das ruas a gente tira ele de lá”, completou.
O Brasil vai virar essa página
Representando o Psol, o ex-candidato à presidência e líder do movimento de moradia, Guilherme Boulos, destacou que o povo não vai “esperar sentado até 2022 para ver o barco de Bolsonaro afundar”. “A gente não vai esperar sentado com 550 mil mortos, com um genocídio acontecendo, 130 mil crianças órfãs da Covid-19 e do descaso no Brasil”, destacou Boulos.
“Nós queremos dizer uma coisa aqui, hoje, para Jair Bolsonaro, vai ter eleição em 2022, seu golpista sem vergonha. E mais do que isso, nós vamos trabalhar, para que antes da eleição, tenha o impeachment. Nós vamos trabalhar, para que em 2022 Bolsonaro não esteja na urna”, ressaltou.
“O Brasil vai virar, vai tirar a página do bolsonarismo, do ódio, da política da morte. Vamos trabalhar para que Bolsonaro esteja no Tribunal de Haia, respondendo pelo genocídio que está praticando nesse país, ele e os seus cúmplices, ele e os seus milicianos”, disse Boulos.
O povo não tolera corrupção
O ex-deputado federal, Jamil Mourad (PCdoB), ressalta que as manifestações contra Bolsonaro “tem tudo a ver com a necessidade do povo brasileiro”. Segundo Jamil, a população está nas ruas “para defender a democracia que está altamente ameaçada e para defender o fim deste governo que, além de ameaçar a democracia, ele dá apoio para o programa econômico e social contra o Brasil e contra o povo, contra os trabalhadores”.
“É um governo que só prejudica o povo brasileiro, prejudica a soberania do Brasil, um governo de extrema direita, fascista, que quer destruir muitos direitos e conquistas do povo brasileiro”, criticou.
Jamil, que também já foi vereador da capital paulista e deputado estadual, ressaltou que as denúncias de corrupção envolvendo Bolsonaro motivam a participação popular. “Não há dúvida do porque o povo vir às ruas, o povo não tolera corrupção. Está provado que o Bolsonaro está neste meio corrupto. Agora ele vai se filiar ao PP. que historicamente está envolvido em corrupção. Você já pensou que a turma do Bolsonaro está desviando verba pública que era pra comprar vacina pro povo morrer? Isso aí é o fim do mundo, é inaceitável, nós temos que acabar com isso”, ressaltou.
“Ele não queria comprar vacina, depois autorizou comprar a vacina a conta gotas, vacina em troca de propina, milhões e milhões de dólares foram desviados dessa compra de vacinas. Imagina o que esse governo está fazendo além das corrupções com a vacina, com a venda da Eletrobrás, quando privatiza os aeroportos, com outras falcatruas, nós não podemos aceitar, por isso que temos que sair a rua, temos que protestar, temos que comprar o impeachment, comprar um fora Bolsonaro pra encher o muro aqui”, completou Jamil Mourad.
Vamos reerguer o país
A presidente da Juventude Socialista do PDT da cidade de São Paulo, Amanda Salgado, destacou que o partido foi às ruas “para defender o impeachment do genocida Bolsonaro”. “Ele subestimou, ridicularizou a pandemia que já matou mais de meio milhão de brasileiros. É por isso que temos que ir às ruas, para reerguer o nosso país”, disse.
“Viemos exigir vacina, trabalho e Fora Bolsonaro de forma unificada. Estamos cada vez mais unidos com outras forças, com partidos de diferentes pensamentos porque sabemos que o processo de impeachment só pode acontecer com a soma das forças populares. É por isso que muito importante que nós ampliemos a nossa luta nas ruas de todo o Brasil. Quanto mais brasileiros e brasileiras juntos e na luta podem garantir em um Estado Soberano e que pense no bem-estar da população”, ressaltou a pedetista.
As manifestações estão abertas a todos
“O Brasil está vivendo um grande impasse político e uma tragédia sanitária, econômica e social. Precisamos de unidade, com amplitude, com manifestações abertas a todos os setores que se opõem ao governo de extrema direita, nós achamos que vai ser possível construir as condições pra viabilizar um processo de impeachment no Brasil e denunciar as manobras golpistas do Governo”, destacou Nivaldo Santana, Secretário Sindical do Partido Comunista do Brasil (PCdoB).
Ele denunciou ainda os ataques de Bolsonaro aos trabalhadores brasileiros. “O governo Bolsonaro é inimigo jurado dos trabalhadores, toda a política dele vai no sentido de liquidar direitos, enfraquecer o movimento sindical e adotar uma política econômica que só beneficia os grandes grupos econômicos, principalmente o setor financeiro. Então a nossa luta, por democracia, pela vida, por um novo projeto nacional de desenvolvimento, com valorização do trabalho, geração de emprego, com direitos, exige a remoção do maior obstáculo que nós temos, que é esse governo. Com Bolsonaro, o Brasil não ter democracia, os trabalhadores não vão ter direitos”.
Nivaldo ressalta ainda que “a política na área da saúde do governo Bolsonaro é um verdadeiro desastre, ele retardou a compra de vacina, fez propaganda enganosa de tratamento precoce e não obedeceu nenhum protocolo sanitário, recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e pra agravar esse quadro, explodiram as denúncias, de que ele estava adquirindo a vacina indiana com o preço superfaturados e só não viabilizou a compra porque foi denunciado, ou seja, é um governo que além de ser antipatria e antitrabalho, ele também é um governo que está se atolando na corrupção”.
Unidade dos Trabalhadores contra os ataques de Bolsonaro
O movimento sindical também se fez presente no protesto da Avenida Paulista com um carro de som liderado pelas centrais sindicais. O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, destaca que a unidade dos trabalhadores é fundamental para a derrubada de Bolsonaro.
“Hoje a expectativa é muito grande, já estamos tendo retorno dos estados que começaram a fazer as manifestações hoje no dia 24 de julho no país todo, grandes manifestações aumentando muito essa pressão nas ruas. A unidade das centrais sindicais, dos movimentos sociais, da sociedade contra o que tem acontecido no Brasil, contra esse desgoverno, contra o desmando, e contra toda ordem de prejudicar os trabalhadores. Então a unidade é fundamental para a gente sair desse momento tão terrível que estamos passando, a unidade dos trabalhadores vai vencer”, destacou.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras Brasileiros (CTB), Adilson Araújo, avaliou que a construção das manifestações “vem em um processo crescente”, com a participação de cada vez mais setores da sociedade.
“Acho que o brado retumbante vai despertando, e a verdade é que hoje a gente acorda com manifestações em quase cinco centenas de cidades e em mais de 18 países que vai dando dimensão nesse sentimento que brota em defesa da vida, da valorização do trabalho, por um novo curso na economia que não passe pelo Paulo Guedes, esse lambe botas de plantão, e eu penso que de alguma forma essa energia positiva ela vem no sentido de que a gente possa conceber, da máxima importância que tem, a construção de uma frente ampla de salvação do país”, pontuou .
Para Ubiraci Dantas de Oliveira, o Bira, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), viu com bons olhos a perspectiva de luta para o próximo período. “Estamos caminhando para poder derrubar o Bolsonaro e criar outro espaço para nosso país, com desenvolvimento econômico, emprego, salário, defesa das estatais estratégicas, enfim, da nossa pauta toda. Agora é a luta para derrubar, e para derrubar precisa ter frente ampla, juntar todos os partidos que estão contra o Bolsonaro, as centrais, os movimentos sociais, todo mundo contra o Bolsonaro, não tem veto não, o negócio agora é defender a democracia, e contra a ditadura, vacina no braço das pessoas, para a gente afastar essa Covid. A partir daí a gente vai derrubar, e ao derrubá-lo a gente vai conquistar um novo porvir para o nosso país”, ressaltou Bira.
Luis Claudio Marcolino, vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de São Paulo (CUT-SP) relembrou como os ataques de Bolsonaro aos trabalhadores antes e durante a pandemia piorou ainda mais a situação dos brasileiros. “Nós percebemos a cada mês que passa o desmonte do direito dos trabalhadores, já tivemos a reforma trabalhista que tirou diversos direitos, a reforma da Previdência que alterou dez anos a mais para os homens e doze anos a mais para as mulheres terem aposentadoria. E agora a gente percebe que durante a pandemia o mínimo que deveria ser garantido era o emprego dos trabalhadores, garantir a renda, o apoio à questão da vacina, e o teste em massa, e isso não aconteceu”.
Marcolino ainda relembrou o descaso com os trabalhadores da linha de frente contra a Covid-19. “Muitos trabalhadores de serviço essencial, que trabalharam durante a pandemia, não tiveram esses direitos garantidos. E a gente percebe que não tem nenhuma preocupação pelo governo federal, pelo Bolsonaro, pelo Guedes, de criar um mecanismo e trazer tranquilidade para a população”.
Para o sindicalista, a manifestação “mostra a insatisfação dos trabalhadores, das trabalhadoras, com o governo Bolsonaro. Unificamos as centrais sindicais, estão vindo vários movimentos sociais para a manifestação e a nossa intenção é que do jeito que aconteça aqui em São Paulo e no Brasil inteiro, consiga tocar os deputados federais e que possa tramitar o impeachment em Brasília”.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, João Carlos Juruna, considerou “fundamental um movimento como esse pela democracia, em defesa do estado de direito, e mais do que isso, pelo emprego, pela vacina já, pelo auxílio emergencial”.
“É importante que manifestações como essa, unam, principalmente as centrais sindicais e a população em geral. Então hoje nós estamos aqui na Avenida Paulista, com diversos caminhões, mas todo mundo no fora Bolsonaro, contra sua política que prejudica os habitantes do nosso país. Por isso essa demonstração de unidade, a força sindical quer estar junto, vai estar junto, é fundamental para nossa vitória”, destacou.
Antonio Neto, presidente da Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) destacou a importância da unidade entre diferentes setores para derrubar Bolsonaro. “A questão da unidade, hoje nós vamos nos unir com quem quiser tirar o Bolsonaro. Aqui cabe de tudo, da extrema direita à extrema esquerda, quem quiser derrubar Bolsonaro, nós estamos juntos, esse é o inimigo principal do Brasil hoje”.
Ele ainda destacou a participação dos partidos de direita e de centro na manifestação para composição da frente ampla contra Bolsonaro. “A frente tem que ser a mais ampla possível, e nós estamos vendo a direita vir para isso, o centro, que era Bolsonaro e compreendeu a hipocrisia, a mentira, a traição e acha que está na hora de tirar antes que o prejuízo seja muito maior”.
“Dezoito meses de Bolsonaro daqui para a frente, se nós já tivemos meio milhão de óbitos, imagina o que pode acontecer, além da entrega do patrimônio público e todas essas coisas. Então, é emergente, é urgente o fim de Bolsonaro, o impeachment dele, para que depois, lá na frente em 2022 seja outra conversa, agora o inimigo principal é Bolsonaro, quem vier tá junto”, ressaltou Neto.
Ricardo Patah, presidente da União Geral de Trabalhadores (UGT) apontou que para o governo Bolsonaro “milhares de pessoas já morreram, mas para esse governo são apenas números”. O sindicalista destacou que os brasileiros estão enlutados. “Nós estamos de luto, o povo brasileiro chora. Os seus irmãos faleceram com o destratamento de um governo genocida, e que não teve sensibilidade para a sociedade brasileira”.
Patah ainda apontou a situação de desemprego do país como responsabilidade de Bolsonaro e criticou o descaso com os trabalhadores durante a pandemia. “As centrais sindicais conquistaram no ano passado, os R$ 600,00 que impediram que o PIB caísse mais ainda, as centrais tem contribuído de longa data, e nesse momento, na pandemia, sempre esteve presente, sempre nos colocando à frente de qualquer manifestação a favor do povo brasileiro”.
A união de todos contra Bolsonaro também foi destacada por Patah. “A nossa unidade é fundamental porque a nossa voz ficou mais forte. Nós estamos muito próximos de derrubar o maior genocida da história do Brasil, estamos há pouco de tirar da história, o homem que não gosta do trabalhador e da trabalhadora. Somente com a nossa unidade, com a nossa sinergia positiva vamos fazer essa mudança, por isso, homens, mulheres, hoje fazem 30 anos além das cotas para as pessoas com deficiência, as centrais sindicais fizeram valer essa lei. Como também estão lutando muito contra o racismo e a descriminação para com a mulher. Esse ato é para a gente exteriorizar com toda força e emoção: FORA BOLSONARO”.
Dispersão
Assim como nas outras três manifestações contra Bolsonaro, o protesto deste sábado ocorreu de forma pacífica. No final do ato, já na dispersão, a polícia entrou em confronto com um pequeno grupo que fazia depredações no centro da cidade, assim como aconteceu na manifestação de 3 de julho. O grupo quebrou as vidraças de uma agência do Banco Itaú na altura do Cemitério da Consolação.