Em uma virada eletrizante pelas quartas de final do torneio feminino de vôlei das Olimpíadas de Tóquio nesta quarta-feira (4), o Brasil encarou a Rússia e venceu por 3 sets a 1, com parciais de 23/25, 25/21, 25/19 e 25/22.
Assim, a seleção brasileira continua invicta e avança para a semifinal, quando enfrentará a Coreia do Sul, que eliminou a Turquia.
Na saída da partida contra o Quênia, a última pela fase de grupos, o treinador José Roberto Guimarães já avisava que, para vencer as russas, era preciso fazer elas se mexerem em quadra. Ele explicava que quando as atletas tinham liberdade para se posicionarem, elas faziam prevalecer a força do ataque.
As russas dominaram o início do primeiro set de forma completa, marcando 4 a 0 logo de cara em ótima passagem da jovem Fedorovtseva, de 17 anos, no saque. Com a boa vantagem construída, as russas souberam administrar o placar e, apesar de bons momentos do Brasil, que chegou a cortar a diferença para apenas um ponto, a parcial não ficou empatada em momento algum. No fim, Goncharova cresceu no ataque e fez a diferença com seus sete pontos para as russas fecharem o set em 25 a 23. Fê Garay, com seis pontos, brilhou do lado brasileiro.
O segundo set começou mais equilibrado, mas logo as russas abriram vantagem e chegaram a ficar seis pontos na frente, quando fizeram 15 a 9. Zé Roberto Guimarães promoveu as entradas de Macris e Rosamaria nos lugares de Roberta e Tandara e o jogo mudou. Com uma sequência de 7 a 1, o Brasil empatou a parcial em 16 pontos e logo virou, deslanchando na reta final para fazer 25 a 21 e empatar o jogo em 1 set a 1. Gabi foi a maior pontuadora, com seis pontos.
No terceiro set, as brasileiras começaram mais ligadas e abriram vantagem logo no início, fazendo 12 a 7, mostrando um grande volume de jogo e aproveitando os contra-ataques. Na frente o tempo todo, a seleção brasileira segurou a reação russa, que chegou a encostar no placar no meio da parcial e deslanchou no fim para fazer 25 a 19. Carol Gattaz fez nove pontos e foi determinante para o Brasil vencer a parcial, que contou com brilho de Vonkorova do lado das russas.
O equilíbrio ditou o tom do último set, que seguiu empatado até o terço final. No fim, o bloqueio brasileiro fez a diferença para que a seleção abrisse uma vantagem e fechasse o jogo em 25 a 22 com dois pontos seguidos de Rosamaria no fim.
“Acho que as palavras que resumem são trabalho em grupo. Se não fosse a força do grupo, nada seria possível. Quando uma precisou sair, a outra entrou. Todo mundo fazendo o melhor, dando tudo de si, e isso que faz a diferença. Todo mundo jogando em grupo, com essa energia e buscando melhorar”, declarou à TV Globo a levantadora Macris, que retornou hoje após se recuperar de uma entorse no tornozelo.
O duelo entre Brasil e Rússia foi o último das quartas de final e definiu os confrontos das semifinais da competição. Agora, a seleção brasileira enfrenta a Coreia do Sul, que superou a Turquia por 3 sets a 2.
Do outro lado da chave, a Sérvia venceu a Itália por 3 sets a 0 e avançou para encarar os Estados Unidos, que superou a República Dominicana também por 3 sets a 0.
Na praia, país fica de fora da disputa por medalhas pela primeira vez
Pela primeira vez desde que o vôlei de praia entrou no programa olímpico em 1996, o Brasil vai terminar as Olimpíadas sem uma medalha. A dupla formada por Alisson, medalha de ouro na Rio 2016, e Álvaro foi eliminada nas quartas de final por Martin Plavins e Edgar Tocs, da Letônia, com uma derrota por 2 sets a 0 (21/16 e 21/19). O mesmo time já havia eliminado Bruno Schmidt/Evandro nas oitavas.
Após o revés, Alisson desabafou, pedindo mudanças na forma como o vôlei de praia é pensado no país, para que o Brasil recupere o prestígio que já teve.
“O mundo está evoluído e nós estamos parados na década de 1990. O mundo está capotando e a gente está parado. O mundo descobriu que é um esporte barato e que traz medalha, e o Brasil está parado no tempo”, lamentou.