O presidente Xi Jinping afirmou, na quinta-feira (05), que a China está se organizando para fornecer 2 bilhões de doses de vacinas Covid-19 a outros países em 2021.
Em pronunciamento na primeira reunião de um fórum sobre cooperação internacional em vacinas COVID-19, Xi também disse que a China doaria US $ 100 milhões para o sistema de distribuição global de vacinas COVAX.
Xi Jinping lembrou que na Cúpula Global de Saúde em maio, anunciou cinco iniciativas da China para apoiar a solidariedade global na luta contra a pandemia, incluindo a iniciativa de criar um fórum internacional sobre cooperação de vacinas para países em desenvolvimento e produtores de vacinas, empresas e outros interessados para explorar maneiras de promover a distribuição justa e equitativa de vacinas em todo o mundo, o que está em curso.
“FUTURO COMPARTILHADO PELA HUMANIDADE”
“Estamos prontos para trabalhar com a comunidade internacional para promover a cooperação internacional em vacinas e construir uma comunidade com um futuro compartilhado para a Humanidade”, disse o presidente chinês.
Os dados mais recentes do Mecanismo Conjunto de Prevenção e Controle do Conselho de Estado divulgados no final de julho pelo porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, demonstram que a China já forneceu mais de 700 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 para outros países.
A China defende o aprofundamento da cooperação internacional na questão das vacinas, garantindo a sua disponibilidade e acessibilidade nos países em desenvolvimento, tornando as vacinas um produto público global. Mesmo com sua enorme base populacional e oferta de vacinas restrita, Pequim respondeu positivamente a todos os países que apresentaram necessidades de cooperação, acrescentando confiança na luta global contra a epidemia.
A Aliança Global de Vacinas e Imunização anunciou recentemente a assinatura de acordos de cessão e pré-compra com a Sinopharm e a Sinovac, o que significa que as vacinas destas empresas entrarão para a COVAX e contribuirão para a prevenção e controle da epidemia nos países em desenvolvimento. Os dados dos ensaios clínicos das vacinas mencionadas foram rigorosamente revisados pelo Grupo de Especialistas em Consultoria em Estratégia de Imunização da Organização Mundial da Saúde, tendo sido incluídos na lista de uso de emergência da OMS, assinala o Diário do Povo.
Até o momento, 82% de todas as doses da vacina COVID-19 que foram inoculadas em todo o mundo foram administradas em países de renda alta e média alta.
A vacina da China tem sido a primeira a ser obtida por muitos países em desenvolvimento. O presidente Obiang, da Guiné Equatorial, afirmou que a vacina chinesa “traz esperança para a luta local contra a epidemia”. O presidente Mnangagwa, do Zimbábue, afirmou que as vacinas doadas pela China são “uma luz no fim do túnel”. O primeiro-ministro cambojano, Hun Sen, constatou na cerimônia de abertura da 26ª Conferência Internacional sobre o Futuro da Ásia: “Se não houver doação de vacinas e assistência na compra comercial da China, como poderiam os quase 2 milhões de habitantes do Camboja ter acesso a elas?”.
O presidente indonésio Joko Widodo, o presidente turco Recep Erdogan e outros líderes foram vacinados ao vivo, com transmissão televisiva; o príncipe herdeiro do Bahrein Salman, participou como voluntário no Grupo Sinopharm para o desenvolvimento da terceira fase dos ensaios clínicos internacionais da vacina.
Em janeiro de 2021, a Hungria assinou um contrato para a compra de 5 milhões de doses da vacina contra a Covid-19, tornando-se o primeiro país da UE a aprovar o uso da vacina da Sinopharm.
María Castro, Vice-Ministra da Saúde da Bolívia, acredita que a vacina do Sinopharm está ajudando a Bolívia a construir efetivamente uma “barreira imunológica” na região fronteiriça.
Além de assistência e exportações, a China também realizou pesquisa, desenvolvimento e produção conjunta de vacinas com países em desenvolvimento, como Egito, Indonésia, Turquia, Brasil (onde teve apoio do Instituto Butantã e do governo de São Paulo e forte resistência por parte do governo federal) e Emirados Árabes Unidos, e apoiou empresas na cooperação para realizar ensaios clínicos para expandir a capacidade produtiva desses países e encontrar maneiras de ajudar no combate global à epidemia.
No Brasil, o Instituto Butantã realizou um ensaio em larga escala da vacina da Sinovac na cidade de Serrana em fevereiro último. Depois da administração de duas doses da vacina, o número de sintomas confirmados na região caiu em 80%, o número de internamentos hospitalares foi reduzido em 86% e o número de mortes diminuiu em 95%. O número de casos confirmados em grupos de menores de 18 anos também diminuiu consideravelmente.