Após a aprovação do PL 591/21, que permite a privatização dos Correios, o ex-governador do Ceará, Ciro Gomes (PDT), por meio de suas redes sociais, nesta sexta-feira (6), condenou o projeto e afirmou que a privatização da estatal “é um crime”.
O texto do PL foi aprovado na Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (05), com 286 votos favoráveis e 173 contrários e segue agora para o Senado Federal.
“Na forma e no conteúdo, a privatização dos Correios é um crime contra o patrimônio, contra a inteligência e contra a honra dos brasileiros”, escreveu o ex-governador.
“Nos tempos de Guedes e Bolsonaro privatização é isso: saque de bem público para gerar um monopólio privado que vai ditar normas e preços, sem concorrência, para uma população indefesa”, disse Ciro.
Na mensagem, o pré-candidato a presidente em 2022 disse que “a cereja envenenada deste bolo é a garantia de um vergonhoso monopólio de mercado, por cinco anos (renovável por mais cinco), para o arrematador do butim”, afirmou.
Ciro compartilhou, ainda, coluna do site Outras Palavras, do geógrafo Igor Venceslau, em que o autor afirma a importância dos Correios para a integração nacional e como elemento fundamental para sua soberania.
“Com 5570 municípios agrupados em 26 estados, além do Distrito Federal, não é tarefa fácil conectar regiões tão distintas como o Sul e a Amazônia, no quinto maior país do planeta. Mas não se constrói essa infraestrutura continental do dia para a noite: única empresa presente em todos os municípios, demorou mais de 300 anos para alcançar essa capilaridade”, afirma Igor.
Igor explica que a estatal tem se tornado cada vez mais importante, em especial nesse período de pandemia, com o advento do comércio eletrônico. “Hoje 3 em cada 4 mercadorias compradas pela Internet são entregues pelos Correios, que é a única opção para a maioria dos municípios”, diz.
“Além disso, a empresa estatal funciona como um braço logístico do Estado, sendo imprescindível para uma série de políticas públicas no Brasil: entrega de vacinas, distribuição de livros didáticos, realização de avaliações como o ENEM, eleições, emissão de documentos, serviços bancários, entre muitos outros”, completa.
A estatal emprega mais de 90 mil trabalhadores que percorrem todo o território nacional para entregar as encomendas. Por essa capilaridade que as empresas privadas costumam recorrer aos serviços dos Correios quando precisam entregar encomendas fora das 300 cidades que atuam.
A aprovação do projeto foi repudiada também por deputados e entidades de trabalhadores, que prometem recorrer ao STF contra a venda da estatal.