O doleiro Lúcio Funaro entregou aos investigadores da Operação Lava Jato um disco rígido com imagens de reuniões com políticos e empresários gravadas pelo circuito interno de câmeras de seu escritório em São Paulo. Os registros, que teriam sido feitos nos 18 meses anteriores à sua prisão, podem comprometer ainda mais políticos suspeitos de receber propina por meio dele.
Funaro se comprometeu a entregar o disco rígido e apontar os motivos das conversas que teve com políticos e empresários que o visitavam nas negociações para o acordo de colaboração premiada. Ele é um dos pilares da segunda denúncia contra Michel Temer.
Segundo matéria do jornal “O Globo”, a colaboração do operador também atinge dois dos principais ministros do governo, Moreira Franco (secretaria-geral da Presidência) e Eliseu Padilha (Casa Civil), além de pelo menos mais 20 políticos ligados ao ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB/RJ). Reforça ainda as acusações contra o ex-ministro Geddel Vieira Lima, um dos principais ex-auxiliares de Temer.
Funaro confirma que recebeu dinheiro de Joesley Batista, um dos donos da JBS, para permanecer em silêncio. Também aponta o envolvimento do presidente da República e de outros políticos do PMDB, especialmente daqueles mais próximos do ex-deputado Eduardo Cunha, de receberem dinheiro de origem ilegal.