Produção regional ficou negativa em 10 localidades de 15 pesquisadas em junho pelo IBGE
A produção industrial no mês de junho teve queda de 5,7% no Paraná, o mais intenso desde abril de 2020 (-27,1%), no auge do fechamento das unidades industriais por conta da pandemia, acompanhado do Pará no mesmo percentual. Pernambuco, Mato Grosso, Espirito Santo tiveram quedas de -2,8%, -1,9% e -1,6% respectivamente e estão entre as 10 regiões que apresentaram resultados negativos em junho na comparação com mês anterior. Registraram queda também Goiás (-1,1%), São Paulo (0,9%), Rio Grande do Sul (-0,9%), Minas Gerais (-0,6%) e Santa Catarina (-0,3%).
Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal Regional do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados na quarta-feira (11).
Segundo destaca o Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), das 15 localidades acompanhadas pelo IBGE as 10 localidades que ficaram no vermelho na passagem de maio para junho corresponde a 67% do total, sendo que em 3 delas as perdas foram reincidentes.
São Paulo exerceu a segunda principal influência negativa para a indústria nacional em razão de ser o maior parque industrial do país. A queda da produção paulista em junho foi atribuída ao setor de veículos. Na região Sudeste, apenas a indústria do Rio de Janeiro conseguiu crescer (2,8%).
“Na região Sul, por sua vez, todos os estados diminuíram sua produção industrial. O recuo mais intenso coube ao Paraná, com -5,7% ante mai/21, dando sequência a uma sucessão de meses desfavoráveis. No semestre, só cresceu em dois meses. Santa Catarina (-0,3%) não vem declinando tanto quanto o Paraná, mas a trajetória recente é pior: no vermelho desde fev/21. Já o Rio Grande do Sul segue na mesma toada e há três meses oscila em torno da estabilidade”, assinala o Iedi.
“No centro do país, a despeito do dinamismo do agronegócio, a produção industrial de Goiás (-1,1%) e Mato Grosso (-1,9%) regrediram em jun/21 e ambos os casos ainda não retornaram a níveis pré-pandemia. Goiás está 1,2% abaixo de fev/20 e Mato Grosso 4,9% abaixo deste patamar”, destaca o Instituto.
O percentual de crescimento no cômputo geral do país teve variação nula (0,0%) no período, indicando estagnação da indústria nacional. O setor completou dois trimestres seguidos de queda.
Confirma-se mais uma vez que a indústria, que é o coração de qualquer economia desenvolvida, continua patinando com resultados que mal a reposiciona nas condições de antes da pandemia. A administração Bolsonaro/Guedes só pensa na votação de 2022 e em privatizar ao invés de fazer novos investimentos na economia, sem ter respostas para a descomunal crise em curso.
Pelo lado dos Indicadores Conjunturais da Indústria, segundo Grandes Categorias Econômicas, temos dois dos três setores da pesquisa com quedas em junho sobre maio. Bens intermediários – 0,6%; Bens de consumo-0,9%; estes subdivididos em Bens de consumo duráveis -0,6 e Bens de consumo semiduráveis e não duráveis -1,3. Apenas o setor de Bens de capital teve variação de +1,4.
“Desde que se iniciou esta análise de comparação com o patamar pré-pandemia, em julho de 2020, Minas Gerais é o único local que se mantém acima do patamar. Já São Paulo entrou em setembro e, desde então, se manteve”, destacou o IBGE.
A pesquisa traz também o comparativo dos resultado de junho sobre o mesmo mês de 2020. Nela 10 dos 15 locais pesquisados apresentaram crescimento da produção industrial.
No entanto, como assinala o gerente da pesquisa, Bernardo Almeida, o bom resultado foi influenciado, em grande parte, pela baixa base de comparação.
“Em junho de 2020, o setor industrial foi pressionado pelo aprofundamento das paralisações ocorridas em diversas plantas industriais, fruto, especialmente, do movimento de isolamento social por conta da pandemia de Covid-19”, apontou.
Os resultados positivos foram verificados no Amazonas, Região Nordeste, Ceará, Bahia e Rio de Janeiro.