O juiz Marcos Vinícius Reis Bastos, da 12ª Vara da Justiça Federal, em Brasília, aceitou na segunda-feira (9) denúncia de organização criminosa contra nove pessoas, entre elas integrantes do PMDB e dois membros do bando próximo de Michel Temer, o coronel João Baptista de Lima Filho e o advogado José Yunes. Os acusados passaram à condição de réus e responderão a uma ação penal.
A denúncia, referente ao “quadrilhão do PMDB”, foi originalmente apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) em setembro do ano passado. Porém, depois que Temer subornou deputados para engavetar a investigação contra ele na Câmara, o inquérito foi remetido à Justiça Federal no DF para que os envolvidos que não possuíam foro privilegiado fossem investigados.
Segundo o blog da jornalista Andréia Sadi, da Globo News, o Ministério Público Federal afirmou, em documento anexado ao processo, que a Procuradoria da República no Distrito Federal apontou em aditamento de denúncia contra os integrantes do “Quadrilhão do PMDB” na Câmara, que o coronel João Baptista Lima Filho e o ex-assessor do Planalto, José Yunes, eram arrecadadores do “líder da organização criminosa”, Michel Temer.
Sobre o coronel Lima, ele tinha na organização criminosa a função “de auxiliar os demais integrantes do núcleo político na arrecadação da propina, em especial seu líder, Michel Temer, conforme já narrado na peça acusatória”, diz o texto.
Para a procuradoria, “todos os elementos apontam, assim, para uma atuação de José Yunes no recebimento de propina, de forma dissimulada, como doações ao partido, ou mesmo via caixa 2, para posterior distribuição aos demais membros da organização criminosa”.
O MP cita relatos de Ricardo Saud, ex-diretor da JBS, e do operador financeiro Lucio Funaro a respeito do papel exercido pelo coronel. Também lembra os documentos relacionados a Temer, encontrados na empresa Argeplan, de propriedade de Lima. “Tais elementos indicam que João Baptista Lima Filho faz a gestão do recebimento de recursos e doações de campanha para Michel Temer há décadas e corroboram tudo o quanto exposto acerca das condutas mais recentes do Coronel Lima no âmbito da organização criminosa”, destaca a Procuradoria.
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