O presidente do PSD, Gilberto Kassab, afirmou que Jair Bolsonaro está perdido em suas próprias polêmicas e pode até não ter condições para disputar a reeleição em 2022 se continuar apenas preocupado em alimentar polêmicas com outros poderes da República.
“Se bobear, nem disputa [a reeleição]. Não está montando nenhum palanque regional, não está se preparando. Só sabe fazer polêmica”, disse após almoço com deputados promovido pela recém-anunciada Frente Parlamentar do Empreendedorismo.
Ao analisar as últimas polêmicas envolvendo o presidente e outros poderes, Kassab apontou que Bolsonaro tornou-se vítima de si mesmo. “Está no fim de governo, não surpreende ninguém. É o estilo dele, cuja maior vítima é ele mesmo. O desgaste é resultado da polêmica. Isso assusta”, disse.
Kassab vem se dedicando à busca por uma candidatura da chamada “terceira via”, que possa representar uma alternativa a Bolsonaro e Lula. O nome sonhado por Kassab para 2022 é do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
“Esse acirramento de ânimos que o Brasil não quer mais se encaixa no perfil do Rodrigo Pacheco, que é alguém que tem chance de chegar a 25% dos votos”, diz.
Bolsonaro tem feito ataques violentos contra os ministros do STF, especialmente Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso.
Ele ameaçou a realização das eleições de 2022, caso não haja voto impresso. Sem provas, ele diz que as urnas eletrônicas são propícias às fraudes eleitorais.
“Ou fazemos eleições limpas no Brasil, ou não teremos eleições”, ameaçou.
Bolsonaro dirigiu seus ataques ao ministro Roberto Barroso, que também é presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em um vídeo, já se referiu ao ministro como “aquele filho da puta do Barroso”. Também já o chamou de “idiota” e “imbecil”.
Após as agressões, ameaças e acusações sem provas contra as eleições, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou no dia 2 de agosto, por unanimidade, a abertura de um inquérito administrativo sobre ataques à legitimidade das eleições. Os integrantes do tribunal decidiram investigar crimes de corrupção, fraude, condutas vedadas, propaganda extemporânea, abuso de poder político e econômico na realização desses ataques.