O setor de serviços no mês de fevereiro caiu -2,2 em relação ao do ano de 2017. Com isso, o volume de serviços acumulou queda de 1,8% no ano, segundo levantamento divulgado nesta sexta-feira (13) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Instituto apontou que o setor teve um avanço de 0,1% em fevereiro na comparação com janeiro deste ano. Porém, no acumulado nos últimos doze meses ficou negativo -2,4% em fevereiro de 2018. O índice acumulado em 12 meses está negativo desde junho de 2015.
Entre as atividades que demonstraram recuo no segundo mês deste ano, em comparação ao mês anterior, estão: serviços prestados às famílias (-0,8%), serviços de informação e comunicação (-0,6%), transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (-0,3%) e outros serviços (-0,7%). Apenas serviço profissional, administrativo e complementar teve algum avanço (1,7%).
Já em comparação com fevereiro deste ano, em relação ao mesmo período de 2017, houve declínio nos índices de serviços prestados às famílias -5,2%, serviços de informação e comunicação -4,9% e serviços profissionais, administrativos e complementares -1,6%. Para o mesmo período analisando, apenas duas variações positivas: outros serviços (1,7%) e transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio (0,6%).
Os serviços prestados às famílias tiveram sua 5º taxa negativa consecutiva, puxado pelas atividades de restaurantes, lanchonetes e bares, que compõem 45% desse grupo de atividades.
O índice de atividades turísticas foi negativo em ambas as comparações: -3,4% em relação a janeiro e -5,2% na comparação com fevereiro de 2017.
Para o coordenador da pesquisa no IBGE, Rodrigo Lobo, “o setor de serviços não mostra sinais claros de uma recuperação sustentada. Os serviços estão com comportamento como a economia em geral: com perdas e ganhos mensais, e num processo lento e gradual”, afirmou.
Após a divulgação dos dados pelo IBGE, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) piorou a previsão para a receita do setor neste ano, de queda de 0,2% para 0,8%. Na quinta-feira, a entidade já havia reduzido as projeções para o varejo, após a divulgação de um resultado fraco em fevereiro. A expectativa era de que as vendas no comércio cresçam 5% em 2018, abaixo dos 5,2% previstos anteriormente pela CNC.
“Encerrado o primeiro bimestre de 2018, ainda não é possível identificar qualquer indício de recuperação do nível de atividade nos serviços. Nos dois primeiros meses do ano, o setor acumulou perda de 1,8% ante o mesmo período do ano passado”, informou a CNC em relatório. De acordo com a entidade ainda, nos últimos três anos, o segmento acumulou perda de 11,8%.
ANTÔNIO ROSA