
Enquanto ele diz para o povo deligar um ponto de luz, sua ex-mulher, Anna Cristina, e o filho, Renan Bolsonaro, o “zero quatro”, se mudam para iluminada mansão no Lago Sul
Jair Bolsonaro acaba de decretar a falência total de seu governo. Ele disse, na quinta-feira (26), que as hidrelétricas do país podem parar de funcionar. Ou seja, agora é o apagão que está chegando. Como de costume, ele nunca tem culpa de nada. Os culpados são sempre os outros, os ministros do STF, os governadores, a oposição, o papa, etc.
Neste caso ele apontou outros dois culpados pelo apagão que está chegando: o povo, que, segundo ele, gasta demais, e São Pedro, que não deixa chover.
“Estamos no limite do limite. Algumas [hidrelétricas] vão deixar de funcionar se essa crise hidrológica continuar existindo”, afirmou Bolsonaro, culpando São Pedro pela crise. Depois, apontou a arma para a população: “fazer um apelo para você que está em casa. Tenho certeza de que você pode apagar um ponto de luz na sua casa agora. Peço esse favor a você, apague um ponto de luz agora”, disse o desgastado presidente. “Ajuda, assim, a economizar energia e água das hidrelétricas. E em grande parte dessas represas já estamos na casa de 10%, 15% de armazenamento”, justificou.
Só que o responsável pelo desastre no sistema elétrico do país não é o povo, nem São Pedro. Quem esta destruindo o sistema tem nome e sobrenome. Ele está – ou deveria estar – sentado no Palácio do Planalto. Mandar a população apagar um ponto de luz, como ele fez, não vai resolver. Até porque boa parte da população já está quase no escuro e cozinhando com fogão à lenha, por conta da extorsão das “bandeiras vermelhas” e do botijão de gás a R$ 100.
E a indústria, quase parada, não tem como economizar mais nada. Afinal, como disse o consultor legislativo, Paulo Cesar Lima, em entrevista ao HP, “se ela estivesse funcionando um pouquinho, o Brasil, já estaria no apagão”.
Quando o governo não planeja, não faz investimentos e só fala em vender a Eletrobrás para o capital estrangeiro, não poderia ser outro o desfecho. Aliás, o desastre deste governo não está só no apagão elétrico que se aproxima. Não há um problema sequer do país para o qual Bolsonaro tenha apresentado alguma solução.
Na pandemia da Covid-19 foi um desastre total.
Sabotou as vacinas e, quando forçado a comprá-las, montou um esquema criminoso de recebimento de propina (um dólar por dose). Promoveu aglomerações de todos os tipos, atacou, e segue atacando até hoje, o uso de máscaras e insistiu em espalhar drogas ineficazes pelo país à fora. Resultado: o Brasil é o segundo país com o maior número absoluto de mortes por Covid19 no mundo, perdendo apenas para os EUA, e já é o primeiro em mortos por milhão de habitantes.
Agora, quando a inflação dispara, agravando a fome e a miséria dos brasileiros, qual é a solução que ele apresenta para este novo problema? Nenhuma. Não aponta nada para enfrentar o problema. Pelo contrário, Guedes e ele zombam da desgraça do povo. O primeiro diz que vai aumentar mesmo e que “não adianta chorar” e Bolsonaro diz que “quem reclama do feijão é idiota”. “Tem que todo mundo comprar fuzil, pô. (…) Eu sei que custa caro. Tem um idiota: ‘Ah, tem que comprar é feijão’. Cara, se não quer comprar fuzil, não enche o saco de quem quer comprar”, disse Bolsonaro nesta quinta-feira (26).
Em suma, Bolsonaro é um desqualificado que não tem a menor condição de ocupar a presidência do Brasil. Como disse o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), “se for submeter o Bolsonaro a uma análise psiquiátrica, vai se concluir que ele é doente”. O governador acrescentou que Jair Bolsonaro “é um autoritário, além de ser um negacionista, e a meu ver, é um psicopata, um homem doente”. Na verdade, um doente que vive passeando de moto para baixo e para cima e preparando um golpe. Ele literalmente não administra nada.
O governo fracassado manda a população apagar um ponto de luz, mas se recusa admitir que está iniciando um racionamento. Eles fazem isso porque sabem que, com a oficialização do racionamento, a rejeição ao seu governo, que já não para de crescer, vai se acelerar ainda mais. Por isso escondem a gravidade da crise.
Mas, pior do que esconder a crise, é zombar do povo. E é isso o que acontece quando o apelo de Bolsonaro para que o povo apague pontos de luz se dá no mesmo dia em que o país é informado que sua ex-mulher, Anna Cristina, e seu filho, Renan Bolsonaro, o “zero quatro”, estão saindo de um apartamento de 70 metros quadrados e se instalando confortavelmente numa iluminadíssima mansão que custa por R$ 2,9 milhões, localizada no Lago Sul, uma das áreas mais nobres de Brasília. Haja cinismo.

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