IGP-M, também conhecido como ‘inflação do aluguel’, acumula alta de 16,75% no ano
O Índice Geral de Preços ao Mercado (IGP-M) – conhecido popularmente como ‘inflação do aluguel’ – variou 0,66% em agosto deste ano, taxa menor ao 0,78% do mês anterior, mas acumula altas de 16,75% no ano e de 31,12% em 12 meses, segundo cálculos da Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgados nesta segunda-feira (30).
Os aumentos nos preços das commodities, como o milho ( que partiu de queda de 4,58% em julho para alta de 10,97% em agosto), e o café (que passou de 0,04% em julho para 20,98% em agosto), além da disparada nos custos da conta de luz (alta de 3,26%), mantiveram o indicador IGP-M gerando reajustes abusivos nos contratos de locação de imóveis, tornando-os impraticáveis, não apenas para as famílias, mas também para locadores de imóveis comerciais.
O IGP-M é composto por alguns subíndices, como Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC). O IPA variou 0,66% em agosto, ante 0,71% em julho. Já o IPC, que inclui os custos com a conta de luz, acelerou a 0,75% em agosto, contra 0,83% em julho. Já o INCC variou 0,56% em agosto, ante 1,24% no mês anterior.
Em consequência da desastrosa gestão do governo Bolsonaro tanto na economia como na pandemia, o IGPM desde meados do ano passado vem apresentando seguidas altas, descolando assim da realidade dos consumidores brasileiros, já pressionados pela carestia dos preços dos alimentos e dos demais preços que são administrados pelo governo federal, como energia, gás de cozinha, gasolina etc.
Diante da pressão social, está em debate no Congresso Nacional projetos de leis (PLs) que buscam determinar que o reajuste dos contratos de aluguel residencial e comercial sejam indexados à inflação oficial do país, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do IBGE. Para os parlamentares e entidades favoráveis à mudança, não há sentido nenhum em manter os contratos de aluguel indexados ao IGP-M que está à mercê da especulação do mercado financeiro, da flutuação do dólar e dos preços internacionais das commodities. O governo Bolsonaro é contra a mudança, com o argumento de que “o reajuste do aluguel é firmado em contratos privados, negociação que não deve sofrer intervenção”.