16Em nota divulgada para a imprensa, o ex-deputado e pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre, João Goulart Filho, protestou contra o bombardeio perpetrado a mando do governo de Donald Trump e seus seguidores, corrido na madrugada do último sábado, dia 14, sobre a cidade de Damasco, capital da Síria.
O bombardeio foi operado por forças militares americanas, inglesas e francesas, como “represália” por um suposto ataque com armas químicas, que teria ocorrido na cidade síria de Duma, no dia 7 de abril. O governo sírio nega que tenha feito o ataque e denuncia que a CIA, americana, e os Capacetes Brancos, do Reino Unido, forjaram o atentado para justificar o criminoso bombardeio a um país soberano.
O ataque à Damasco, com mais de 100 mísseis – 71 dos quais interceptados pela defesa síria -, se deu um dia antes do início das inspeções da ONU, feitas por técnicos especializados em armas químicas, a pedido do governo sírio. A Casa Branca parece não querer esclarecer se houve ou não o uso de armas químicas, e quem as utilizou. A última vez que houve uso maciço de armas químicas foi na Guerra do Vietnam, pelas forças norte-americanas.
O mundo inteiro condenou os bombardeios da coalizão imperial comandada pela Casa Branca. O Secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, criticou a ação militar na Síria e cobrou que todos os países têm que respeitar a Carta das Nação Unidas, que proíbe ações unilaterais que fomentem a guerra. Guterres reafirmou que a ONU não autorizou o bombardeio.
Leia abaixo a íntegra da nota de João Goulart Filho
Manifesto o meu inteiro repúdio ao bombardeio dos EUA e seus satélites à Síria, uma nação soberana que integra a comunidade internacional e que vem tendo um papel destacado no combate ao terrorismo. Uma ação deste tipo sem autorização da ONU é um desrespeito inaceitável às leis internacionais e ao convívio civilizado entre as nações.
O que as Nações Unidas aprovaram não foi o bombardeio, e sim o envio, a pedido da Síria, de uma equipe especializada em armas químicas para proceder investigação in loco, já que o governo de Damasco nega categoricamente que tenha usado armas químicas contra seu próprio povo.
O que me parece inexplicável neste episódio é o fato dos bombardeios terem ocorrido um dia antes de se iniciarem os trabalhos de investigação da equipe de técnicos, enviada pela própria ONU. Realizar o bombardeio nessas condições revela que as intenções de Trump não eram ajudar a esclarecer os episódios mas sim impedir os trabalhos da equipe de investigadores oficiais.
Não se pode rasgar a Carta das Nações Unidas como fez o governo dos EUA e seus adeptos europeus e agir como polícia do mundo, não se pode atacar covardemente um país soberano. Há que se respeitar, como disse o Secretário Geral da ONU, Antonio Guterres, a Carta das Nações Unidas, as leis internacionais e o convívio pacífico entre as nações.
João Goulart Filho
Pré-candidato a presidente pelo Partido Pátria Livre
São Paulo, 14/04/2018
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